Série: por essas Minas Gerais – parte 4 – Belo Horizonte

Subir as ladeiras de Ouro Prêto carregada de malas e souvenirs não é a coisa mais fácil do mundo, mas conseguimos chegar na rodoviária de onde partiria o nosso ônibus de volta a Belo Horizonte, em 09/08. Já falamos lá no início da trip que a passagem de ida e volta, Ouro Prêto-BH, saiu por R$66,50.

A viagem foi tranquila e após 2 horas já estávamos na capital mineira. Da rodoviária pegamos um táxi para o hostel que nos hospedaria na cidade: o Samba Rooms Hostel. Já era tarde quando chegamos, por volta das 19h, então tomamos um bom banho e fomos procurar algum supermercado perto de onde estávamos, aproveitamos e passeamos pela Praça da Liberdade que fica ao lado. Retornamos, cozinhamos e fomos dormir para recarregar as energias para o nosso grande dia em Inhotim.

Palácio da Liberdade na capital mineira
Palácio da Liberdade na capital mineira

Inhontim

Acordamos bem cedo, para que tivéssemos tempo de nos arrumar, tomar café da manhã e ir a pé até a rodoviária, de onde partiria o ônibus até Brumadinho, município de aproximadamente 30 mil habitantes, onde fica localizado o Instituto Inhotim. A passagem sai por R$60,00 ida e volta.

Instituto Inhotim
Instituto Inhotim

Há apenas 60km de Belo Horizonte, o ônibus levou pouco mais de 1h30 nos deixar na porta do instituto. O horário de funcionamento é de terças a sextas-feiras, das 9h30 às 16h30; e sábados, domingos e feriados das 9h30 às 17h30. Nas terças e quintas-feiras a entrada custa R$25,00 e nas sextas-feiras, sábados, domingos e feriados R$40,00. Nas quartas-feiras a entrada é gratuita e estudantes pagam meio ingresso mediante comprovante de matrícula. O local não permite a entrada com comida, mas há diversos restaurantes e bares que agradam todos os gostos e bolsos.

O Instituto Inhotim foi idealizado pelo empresário mineiro Bernardo de Mello Paz na década de 1980 e hoje é considerado o maior acervo de arte contemporânea do mundo, reunindo também espécies raras de todos os continentes, formando uma coleção botânica impressionante. Ao todo são mais de 20 Kms de arte e natureza, sendo considerado o maior centro de arte livre da América Latina.

O maior centro de arte livre da América Latina
O maior centro de arte livre da América Latina

Nossa estratégia para conhecer tudo o que o instituto tem a oferecer foi focar nas galerias, começando pelas mais distantes, ou seja, pelas galerias localizadas na cor rosa do mapa. Os jardins, destaques botânicos e obras foram sendo conhecidos conforme o caminho ia sendo percorrido.

Das galerias que mais me chamaram a atenção destaco a Doug Aitken, onde é possível ouvir o som da terra; a Matthew Barney, com seu recado duro sobre o que estamos fazendo com a terra; a Cosmococa, onde interagir de diferentes maneiras e com diferentes materiais desperta todos os sentidos; a Marilá Dardot, onde plantamos flores em potes de letras e formamos o nome liberdade, que representou muito bem tudo o que esta trip nos trouxe; e a Galeria Praça, onde nos podemos ouvir as vozes de uma orquestra sinfônica separadamente e junta.

Sobre as obras mais famosas vimos a Beam Drop de Chris Burden, a Elevazione de Giuseppe Penone, a Troca Troca de Jarbas Lopes e a Invenção da cor, penetrável Magic Square # 5 de Hélio Oiticica.

Foram mais de 6 horas em meio a natureza, explorando e interagindo com as obras e galerias do instituto. Um lugar sem igual que vale a pena a visitação.

Arte contemporânea por toda parte, arte
Arte contemporânea por toda parte, arte

Nosso ônibus retornou a Belo Horizonte pontualmente às 16h30 e às 19h já estávamos no hostel novamente. Bastante cansados da trip, nossa melhor opção a noite foi ficar pelo hostel mesmo e guardar as energias para os dois dias que ainda restavam.

Belo Horizonte

Praça da Liberdade e Mirante das Mangabeiras

No oitavo dia da viagem planejamos conhecer a Praça da Liberdade e seus museus pela manhã e visitar o Parque Municipal das Mangabeiras e seu mirante a noite.

Praça da Liberdade
Praça da Liberdade

Começamos nossa manhã visitando o Memorial Minas Gerais Vale na Praça da Liberdade. Ao todo são 3 andares e 31 salas que contam as histórias e os costumes mineiros, do século XVIII aos dias atuais. Dali fomos em direção ao Palácio da Liberdade apenas para tirar algumas fotos, já que o palácio não é aberto a visitação por ser patrimônio privado.

O Palácio foi construído em 1897 e durante muitos anos foi sede do governo do estado de Minas Gerais. A estrutura do prédio é constituída por 3 pavimentos que serviram de moradia aos governadores e suas famílias, tendo como seus hóspedes os ilustres ex-governadores e ex-presidentes da República Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves.

Depois visitamos o Centro Cultural Banco do Brasil, onde estava acontecendo a exposição de Mondrian e do movimento de Stijl, e finalizamos com a visita ao Museu de Minas e do Metal, patrocinado pela Gerdau.

Mondrian e o Movimento de Stijl
Mondrian e o Movimento de Stijl

Todas as entradas foram francas.

Almoçamos no hostel e a tarde passamos na casa de uma amiga do Walter, a Vanessa, que nos levou até o Parque das Mangabeiras. Inaugurado em 1982 o parque foi criado com o objetivo de preservar a mata nativa, sua biodiversidade e ainda oferecer um espaço de lazer para seus visitantes, sendo mais de 2 mil m² de área. O local possui restaurante, vestiários, sanitários, playground, teatro de arena, pista de caminhada, mirante e diversas quadras para a prática esportiva.

Próximo dali está também o Mirante das Mangabeiras e sua vista panorâmica de Belo Horizonte. O pôr-do-sol no local é indescritível. De tonalidades diferentes o céu vai revelando cores impressionantes à medida que o sol se põe, marcando para sempre na memória a imagem deste lugar.

Pôr do sol no Mirante das Mangabeiras
Pôr do sol no Mirante das Mangabeiras

Saímos de lá extasiados, paramos na Praça do Papa para fazermos uma foto e fomos para o hostel nos arrumar, afinal era sexta-feira e nossa intenção era a de conhecer um pouco a vida noturna de BH.

Praça do Papa
Praça do Papa

Bebemos no Samba Rooms até umas 23h quando decidimos sair. Após andar pelas ruas da capital mineira e passar em frente a algumas boates como DDuck, Obra e Royalty Club; estávamos tão cansados, que o nosso destino foi o Bar Premium Savassi. Um lugar a céu aberto que reúne gente em busca de boa comida e diversão; encerrando assim a nossa sexta-feira, com uma boa cerveja, acompanhada de um delicioso espetinho e muita risada.

Mercado Público e a Pampulha

O último dia em Belo Horizonte começou com um sentimento estranho, aquele que bate quando é chegada a hora de retornar, mas tínhamos um dia inteiro ainda pela frente e bastante coisa para conhecer.

De manhã fomos para o Mercado Público comprar queijos, goiabada e doce de leite. Não poderia voltar para Florianópolis sem o gostinho de terras mineiras na sacola. O mercado foi fundado em 1929, bem no ano da crise americana, e oferece aos seus frequentadores um ambiente mineiro regado a boa comida e bebida. É possível passar um dia inteiro no mercado enfiado em um de seus bares-restaurantes saboreando alguma comida mineira ou garimpando preços de queijos, doces, temperos, etc.

De lá, passamos no hostel, almoçamos e a tarde pegamos o ônibus 5106 da Linha Move em direção a Pampulha, o último ponto turístico da trip.

Dica 7:

preparar a própria refeição pode ser tornar muito econômico. Como os hostels oferecem cozinha, além de cômodo, do meio para o final da trip decidimos preparar pelo menos duas refeições: café da manhã e almoço ou janta.

Chegando a Pampulha uma tarde de sol ainda nos recebia. O Conjunto Moderno da Pampulha foi idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer a pedido do então presidente Juscelino Kubitschek. Ao redor do lago foram construídos o Iate Tênis Clube, o Museu de Arte da Pampulha, a Casa do Baile, a Igreja de São Francisco de Assis e a Cada Kubitschek, todas entre os anos de 1942 e 43.

Igreja da Pampulha
Igreja da Pampulha

Hoje o conjunto é considerado um ícone da arquitetura moderna do Brasil, sendo um dos principais espaços públicos da capital mineira dedicados ao lazer, turismo e cultura. Tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade, a Pampulha é lugar obrigatório e fechou a nossa trip com chave de ouro em um sábado mineiro ensolarado. Perto dali fomos também em um Mirante dos Bandeirantes, projetado por Oscar Niemeyer, de onde podemos ver o Mineirão, a Pampulha e toda a orla do conjunto.

Com gostinho de quero mais, a noite fomos brindar a amizade e os dias fantásticos em Minas Gerais no famoso Edifício Maletta no Bar Ale Cafe. E como tudo na vida tem um início, meio e fim; chegou o tempo de retornar 🙂

No domingo, às 3 da manhã do dia 14/08 pegamos um táxi em direção a rodoviária de onde sairia o transfer para o aeroporto. Ás 6 da manhã embarcava de volta para Florianópolis e com apenas uma escala em Congonhas, São Paulo, às 9h30 da manhã já estava em casa novamente.

Para amenizar a saudade de estar sempre com o pé na estrada, nas paredes desta que hoje é minha casa, carrego no peito um ditado que diz que casa é onde o seu coração está, ou seja, hora de planejar a próxima viagem …

Até breve 😉

Mirante das Mangabeiras e sua visão 360º de Belo Horizonte
Mirante das Mangabeiras e sua visão 360º de Belo Horizonte

Por Juliana Paul Mostardeiro

Juliana Paul Mostardeiro é a fundadora do Aqui é Assim, esse website que junta a paixão por viajar com a vontade de aproximar as pessoas deste fantástico mundo que é o de colocar uma mochila nas costas e sair por aí. Atualmente mora em Florianópolis onde trabalha também como Customer Success Manager na Resultados Digitais. Desenvolveu o projeto Jornalismo Cidadão: o voluntariado no aprendizado com à AIDS com pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria nos anos de 2007 e 2008 e foi gerente das Lojas Riachuelo de 2010 à 2013, ingressando na empresa através do Programa de Trainees. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria e especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera.

Sobre Ju Mostardeiro

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One comment

  1. BH é mesmo linda. Amo essa cidade. Sua culinária, seus bares, montanhas, suas cervejas. Só coisa maravilhosa.

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