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Quinta parada Jodhpur: a cidade azul
A estrada de Jaipur para Jodhpur foi bastante tensa: 7 horas em constante sentimento de caos, onde a regra é não ter regra – ultrapassagens perigosas, gente na contramão, andando em qualquer direção, animais cruzando a pista e buzina, muita buzina. O motorista ia pedindo desculpas pelas manobras e tentando mostrar como era dirigir assim, explicando as paisagens, belíssimas ao longo do percurso.
Chegando em Jodhpur consegui me sentir verdadeiramente no Rajastão. Na chegada, da estrada, avistamos um palácio no topo de uma montanha. Já deu para perceber a imponência desta cidade. Mais limpa e organizada que as outras cidades que visitamos, a cidade azul, com suas casas, em grande parte, pintadas nessa tonalidade, passa uma sensação de estar, de fato, no imaginário que projetamos do país.
Como chegamos à noite, aproveitamos o primeiro dia no hotel – Ajit Bhawan, belíssimo, por sinal. Somente no dia seguinte, revigoradas, partimos para conhecer a cidade. O prédio imponente na entrada de Jodhpur foi construído como uma residência do Marajá Umaid Sight – construção que começou em 1929 e levou mais de 15 anos para ser finalizada – resultando num esplendoroso prédio de 365 quartos.
Hoje em dia, a maior parte da residência foi transformada em um luxuoso hotel da Rede Taj. Dentro, chamo a atenção para o Museu – que vale a pena para ter uma ideia do modo de vida luxuoso dos marajás, incluindo registros da paixão nacional e esporte predileto da cidade, o Pólo.
Próximo passeio – a grande atração da cidade – o Mehrangarh Fort – é um dos maiores fortes da Índia. Além de uma vista espetacular da cidade – especialmente ao entardecer, quando os tons de azul ganham uma iluminação especial, o passeio é uma verdadeira aula de história. Tem áudio guide incluso na entrada e, ao que parece, pela quantidade de pessoas utilizando, funcionava bem. Como estávamos com guia, acabamos usufruindo da explicação ao vivo – que foi uma grata surpresa, pois pegamos um guia com formação universitária em história que já havia trabalhado na residência oficial do Marajá, então tivemos um tour bastante completo.
Por fim, na saída do Forte, aproveitamos para visitar o Jaswant Thada – um templo repleto de espiritualidade. Situado ao lado de um lago, com um belo jardim no entorno, o local serve como Memorial. O prédio é bastante bonito – todo de mármore branco, com bastantes detalhes trabalhados, mas não possui nada além dos arredores para visitar. De qualquer forma, vale a parada e alguns minutos de meditação.
Jodhpur foi, no fim das contas, um dos lugares que mais gostei. Muito diferente do que vimos nas outras cidades, novos sabores e até o jeito das pessoas era diferente – no modo de vestir, nas cores, no jeito diferente de enrolar o turbante e até na peculiaridade de os homens usarem brincos. Foi um lugar que superou as minhas expectativas e que gostaria de ter passado mais tempo para explorar. Fica para a próxima. Rumo ao último destino, Delhi, fechando o Triângulo Dourado e a nossa viagem pela Índia.
Por Bibiana Camargo
Bibiana Camargo adora viajar e descobrir novos lugares e sabores. Trabalhou na Câmara dos Deputados em Brasília e atualmente mora em São Paulo, onde trabalha no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. É formada em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e graduanda em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
