Segundo dia: Canyon Itaimbezinho

Série Canyons do Sul – parte 1

O Aqui é Assim embarcou em uma viagem, de 4 dias, rumo a maior conjunto de Canyons da América do Sul e neste primeiro post da Série Canyons do Sul vamos falar sobre como foi a viagem para conhecer estas belezas naturais, o acesso à cidade de Praia Grande – SC, a infraestrutura local, a hospitalidade e os passeios que existem pela região.

Canyon Fortaleza encoberto pela neblina
Canyon Fortaleza encoberto pela neblina

E como diz a música de Jorge Bem Jor, “moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza …”, o Brasil não é só o país do carnaval, mas também um país abençoado pelas suas belezas naturais. Dentre elas, estão os Canyons do Sul, que levam milhares de turistas, tanto no inverno, quanto no verão, em busca de aventura em uma das regiões mais bonitas do país.

Os canyons ficam localizados na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mais especificamente, entre as cidades de Cambará do Sul – RS e Praia Grande – SC, fazendo parte dos Parques Nacionais: de Aparados da Serra e Serra Geral.

Optamos por conhecer os canyons a partir de Praia Grande – SC e nossa viagem iniciou na sexta-feira, dia 13, quando partimos de Santa Maria, na região central do RS, rumo à capital gaúcha, em uma viagem de, aproximadamente, 4 horas de ônibus. E já na manhã seguinte pegamos a estrada rumo aos canyons.

O acesso à Praia Grande

Com o movimento do feriado de carnaval, ficamos com receio de pegar congestionamento na BR-101 e por este motivo, na ida, optamos por fazer a viagem pelo interior do RS. A rota planejada era pegar a RS-020 até Cambará do Sul e depois atravessar a RS-427 até Praia Grande; mas no meio do caminho, ao pedirmos informações, descobrimos que as condições da RS-427 não eram assim tão boas, e a viagem que levaria 2h30, acabou sendo feita em 5 horas, considerando uma pequena pausa para um lanche. Mas apesar das horas a mais de viagem, as paisagens no meio do caminho compensaram.

Trajeto realizado: saindo de Porto Alegre, pegamos a RS-020 até a RS-486, pela RS-486 fomos até a BR-101 e então pegamos a SC-450 até Praia Grande. A cidade fica no km 8,5, após o município de Torres – RS, para quem vem do RS, ou antes para quem vem de SC.


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Já o retorno foi na terça-feira, dia 17. Como saímos no início da tarde de Praia Grande optamos pela SC-450 até a BR-101, e partir da 101 descemos até POA. Mesmo com o feriadão, o movimento na estrada não estava intenso e em 2h30 já estávamos de volta a capital gaúcha.

A infraestrutura da cidade

Praia Grande é conhecida como a Cidade dos Canyons e fica entre o litoral gaúcho e a serra catarinense, sendo o ponto de partida para expedições aos paredões de Aparados da Serra, oferecendo locais perfeitos para rapel, montanhismo, trilhas ecológicas ou para a simples contemplação da natureza.

Apesar de pequena, a cidade de cerca de 9 mil habitantes possui uma boa infraestrutura para receber os turistas com pousadas, restaurantes, agência de turismo, guias locais, diversos passeios, etc.

E com tantas opções de pousadas na região, após alguns contatos, optamos por um Pacote de Carnaval* oferecido pela Pousada Caminho dos Canyons e a Agência Canyons do Sul, que além da hospedagem para 4 dias e 3 noites, com café da manhã; incluía também jantar no restaurante A Casa do Sabor, kit lanche para duas trilhas, taxas de visitação e estacionamento para os parques, diária dos Guias de Ecoturismo para as trilhas, equipamento de segurança e seguro individual de trilha.

Ficamos em uma cabana família, com ar-condicionado, geladeira, lareira, TV a cabo, Wi-Fi e uma bela vista da cidade. A decoração é simples, mas a cabana é limpa, as camas confortáveis e as roupas de cama e banho macias e cheirosas.

Vista da cidade
Vista da cidade

O único ponto ruim são as condições de alguns trechos da estrada dentro da cidade que leva as pousadas, e também dos trechos que levam aos canyons. Os trechos em terra de chão, tem muitas pedras soltas que facilmente danificam os carros mais baixos, além de aumentar o tempo de deslocamento dentro da cidade e para os passeios. A justificativa para essas condições da estrada são licitações não finalizadas, que incluem algumas exigências para a pavimentação da área, devido a questão da preservação ambiental. Por este motivo, pagamos R$ 50,00 a mais para fazer os passeios em ônibus oferecido pela agência.

Sobre o café da manhã, para quem gosta de café colonial, é simplesmente divino, com muito pão caseiro, pão de queijo, salame, bolos, pastéis, salgadinhos, café e leite. Já o restaurante A Casa do Sabor nos presenteou com um cardápio bem diversificado, que incluiu arroz, feijão, massas, lasanha, aipim, batatas assadas, carnes e saladas variadas. Comida com tempero caseiro, de dar água na boca e de fazer qualquer um querer voltar. A bebida fica por conta do cliente.

*consultar a agência para verificar a disponibilidade e valores dos pacotes

A hospitalidade

Não tivemos do que reclamar, pois desde o envio dos primeiros e-mails até o último dia em Praia Grande, o atendimento e a receptividade das pessoas na cidade, na pousada, na agência, no café, no restaurante e nos passeios, deram um show à parte e o pessoal foi super gentil em nos esperar 30 minutos para o passeio do sábado, pois com a alteração da nossa rota, acabamos chegando atrasadas na cidade. O próprio dono da agência ficou nos esperando para que a gente não perdesse o passeio programado.

Por isso que o Aqui é Assim super recomenda conhecer os canyons a partir de Praia Grande, pois nossa experiência foi fantástica.

Os passeios na região

A região é de uma beleza simplesmente indescritível e proporciona sensações, difíceis de explicar, mas que iremos tentar contar nos próximos posts. Nossa programação incluiu os seguintes passeios: interior do Canyon Malacara, com trilha do poço do Malacara; Canyon Itaimbezinho, com trilha do vértice e trilha do cotovelo; Canyon Índios Coroados, com trilha de borda dos índios; Canyon Fortaleza, com trilha de borda e trilha do mirante, além do Morro dos Cabritos. No pacote também estavam incluídos a trilha da pedra do segredo, que fica no Canyon Fortaleza, e as Cachoeiras dos Borges com trilha pela mata; mas devido às condições climáticas estes passeios foram cancelados.

Além de conhecer os principais Canyons, a região possui inúmeras atividades como travessias de canyons fora do parque, rapel, tirolesa, passeios de quadriculo, cavalgadas e visita a comunidade Quilombola, que fica no vale da Pedra Branca. Existem atividades para mais de 30 dias na região e algumas precisam ser agendadas como, por exemplo, a trilha do Rio do Boi, considerada umas das 10 melhores trilhas de aventura do Brasil.

Quanto ao clima, o verão é indicado para fazer as trilhas pelo interior do canyons, aproveitar mais os banhos de rio e cachoeiras, e ter uma boa visibilidade dos canyons durante a manhã, pois no fim da tarde, quase todos os dias, acontece o fenômeno de viração, que é o encontro das massas de ar que ficam no fundo dos canyons com o topo, enchendo os campos de cima da serra de neblina. Já no inverno essas massas de ar são mais estáveis, proporcionando uma melhor visibilidade dos vales.

A guia local, Aline Aguiar, recomenda para quem deseja explorar a região ir preparado para a frequente troca de tempo, levar sempre um casaco extra e, é claro, ter bastante disposição para fazer as atividades.

Por Juliana Paul Mostardeiro

Juliana Paul Mostardeiro é a fundadora do Aqui é Assim, esse website que junta a paixão por viajar com a vontade de aproximar as pessoas deste fantástico mundo que é o de colocar uma mochila nas costas e sair por aí. Atualmente mora em Florianópolis onde trabalha também como Customer Success Manager na Resultados Digitais. Desenvolveu o projeto Jornalismo Cidadão: o voluntariado no aprendizado com à AIDS com pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria nos anos de 2007 e 2008 e foi gerente das Lojas Riachuelo de 2010 à 2013, ingressando na empresa através do Programa de Trainees. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria e especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera.

Sobre Ju Mostardeiro

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