O segundo e terceiro posts da Série por essas Minas Gerais conta como foi a nossa passagem pela histórica Cidade de Ouro Prêto e sua vizinha Mariana. Vamos contar como foi a visita às igrejas históricas e museus, nossa escalada ao Pico do Itacolomi, o passeio no Trem da Vale, a aventura dentro de uma mina e, é claro, os melhores bares e restaurantes locais, além de dicas sobre como encontrar a melhor cachaça do mundo.
Ouro Prêto
Terra do escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a Cidade Histórica de Ouro Prêto, hoje com pouco mais de 70 mil habitantes, foi fundada em 1771 e tombada pela UNESCO em 1980, tendo sido o primeiro sítio brasileiro considerado Patrimônio Mundial. É também patrimônio estadual desde 1933 e nacional desde 1938.
Nossa chegada foi no dia 05/08 e mesmo cansados da viagem, deixamos as nossas coisas no hostel, tomamos um bom banho e fomos para a rua, e que ruas. Suas ladeiras exigem naturalmente bastante preparo físico, somada a altitude local fazem, qualquer viajante acostumado, parar diversas vezes para retomar o fôlego. São 1.179 metros acima do nível do mar.
Caminhando por suas vias, a primeira impressão foi de uau que lugar incrível, impressão esta que se manteve até o último dia. A cada passo um clique e foi assim durante toda a trip.
Entre uma rua e outra, paramos no Café Chocolates Ouro Prêto para beliscar alguma coisa e experimentar logo no primeiro dia a cerveja local: a Ouro Pretana. O lugar é super aconchegante e a cerveja artesanal que escolhemos para celebrar o momento foi a de trigo. Uma delícia!
Andamos mais um pouco pela cidade, passamos em um mercado local para comprar algumas coisas, paramos na Igreja Nossa Senhora das Mercês para tirar algumas fotos e retornamos para o hostel. Arrumamos as coisas para o dia seguinte e saímos para jantar perto dali na Churrascaria Quase Tudo Espeto, famosa na cidade com Bar do Pedro, pois precisávamos de uma refeição verdadeira para recarregar as energias, afinal o nosso segundo dia nos reservava um passeio de trem e a aventura pela Mina da Passagem. Hora de dormir!
Mariana
Trem da Vale e Centro Histórico
Nosso segundo dia em terras mineiras começou cedo e o destino foi a vizinha Mariana, primeira vila e capital de Minas Gerais. A cidade que tem, aproximadamente, 58 mil habitantes, é uma das economias mais importantes da microrregião de Ouro Prêto, integrando o quadrilátero ferrífero, região responsável por 60% da produção nacional de minério de ferro. Foi uma das maiores produtoras de ouro na era imperial e abriga também um dos maiores patrimônios históricos do Brasil Colonial.
Saímos do hostel por volta das 9h em direção a estação ferroviária. Lá compramos a passagem para nosso passeio no Trem da Vale. Este passeio histórico e cultural leva em torno de 1 hora, percorrendo 18 km entre um município e outro, na chamada Rota do Ouro, um trecho onde a beleza natural está praticamente intacta.
Você pode escolher o vagão convencional que custa R$56,00 ida e volta, ou R$40,00 somente a ida; ou no vagão panorâmico que custa R$80,00 ida e volta, ou R$60,00 somente a ida. Estudantes pagam meia entrada. Os trens saem de Ouro Prêto às 10h e 14h30, sextas e sábados; e às 10h e 16h aos domingos. De Mariana os trens partem às 13h e 16h, sextas e sábados; e às 14h30 aos domingos.
Optamos pelo vagão convencional e pegamos o trem das 10h. Compramos somente a ida já que tínhamos outro passeio incluído no roteiro do dia. Durante todo o percurso foi possível observar com calma as belezas de uma vegetação que varia entre a Mata Atlântica e o cerrado e contemplar construções barrocas com mais de 300 anos de história. Do lado esquerdo, em grande parte do trajeto, estivemos ao lado de um paredão rochoso; enquanto do lado direito, um penhasco enorme chamava atenção.
DICA 1:
na ida para Mariana o lado direito do vagão oferece as melhores paisagens durante o passeio.
Chegando em Mariana, após alguns cliques na estação ferroviária, fomos para o centro histórico da cidade. Na Praça Cláudio Manoel ou simplesmente Praça da Sé, está localizada umas das maiores e mais importantes igrejas da cidade: a Catedral Basílica Nossa Senhora da Assunção ou também Catedral da Sé, que estava fechada para visitação devido a restauração.
Nossa pausa para o almoço foi na Praça da Sé mesmo. O restaurante escolhido foi o Gaveteiros e nos deliciamos com um bom buffet de comida mineira que saiu por menos de R$20,00. Após o almoço foi hora de conhecer a Praça Gomes Freire, conhecida também como O Jardim, por conta de seu coreto, lago, fonte e canteiros.
Esta praça está cercada de bares, clubes e restaurantes, sendo ponto de encontro de seus habitantes. De lá subimos uma imensa rua rumo a Praça Minas Gerais, onde estão localizadas duas das principais igrejas de Mariana.
A Praça Minas Gerais dá início a parte alta do centro histórico. É uma praça ampla com pouca sombra onde brilham esplendoras as duas principais igrejas da cidade: a Igreja São Francisco de Assis, que estava fechada à visitação devido ao risco de desabamento; e a Igreja Nossa Senhora do Carmo, que pegou fogo em 1990, destruindo quase que por completo toda a sua estrutura, fazendo com que Mariana perde-se parte de seu patrimônio histórico original. A entrada na igreja custa R$3,00 e vale a pena para conhecer o pouco do que foi preservado.
Neste dia fazia bastante calor em Mariana e, com o sol sob as nossas cabeças, ao chegar na Praça Minas Gerais tivemos de nos refugiar algumas vezes nas poucas sombras que encontramos. Ainda na praça é possível visitar a Casa da Câmara e Cadeia e conhecer um pouco mais sobre a história da cidade. De lá subimos uma longa ladeira para conhecer a última construção do nosso roteiro: a Igreja de São Pedro dos Clérigos.
Construída no final do ciclo do ouro, você vai perceber que ela tem um estilo completamente diferente das outras igrejas históricas. Apesar de incompleta é uma das construções mais bonitas da cidade, sendo do alto de uma de suas torres possível ter uma visão panorâmica de Mariana. A vista vale muito a pena e a entrada é gratuita.
Uma pausa para comer aquele pãozinho de queijo que só Minas Gerais sabe fazer e rumo ao nosso próximo passeio: a Mina da Passagem. De Mariana pegamos um ônibus em direção a Ouro Prêto até a mina. Chegamos empolgados para fazer a visitação a maior mina de ouro aberta ao público do mundo mas, para a nossa surpresa, o local não aceitava cartão de débito e decepcionados tivemos de deixar a visita para um outro dia.
DICA 2:
a grande maioria dos lugares aceita cartão de débito e crédito, porém carregue junto sempre dinheiro em espécie, R$100,00 é suficiente, para poder pagar a entrada nas igrejas, ônibus e é claro a entrada na Mina da Passagem.
Voltamos para Ouro Prêto em uma espécie de táxi que cobra o mesmo valor do ônibus. Isto é muito comum nesta parte da cidade. As pessoas oferecem lugar em seus carros e cobram o mesmo valor da passagem de ônibus, facilitando para moradores e turistas que não desejam esperar pelo transporte público.
Ouro Prêto
De volta as ladeiras da cidade histórica bateu uma vontade louca de comer queijo com goiaba 🙂 e eis que saímos à cata de algum lugar que nos oferecesse tal deleite.
Próximo a rua dos bancos (um ponto de referência sem igual na cidade) achamos o Garapinha e meu desejo foi atendido: queijo serro com goiabada cascão para fechar o fim de tarde de forma doce.
Voltamos para o hostel, descansamos um pouco, nos arrumamos e fomos experimentar um pouco o que Ouro Prêto tem de bom a noite. O local escolhido foi o Porão Cervejaria, um lugar super bacana para iniciarmos os trabalhos da sexta-feira. Pedimos o famoso pastel de angu e também um típico petisco mineiro: mandioca frita, torresmo e calabresa. Não nos arrependemos e gastamos em média R$38,00 cada. De lá passamos em um forró e depois fomos até o Bar Barroco, um boteco famoso por ter a melhor coxinha da cidade.
De volta ao Trilhas de Minas, hora de descansar que ainda tem muito mais … No próximo post revelamos como foi a nossa ida ao Pico do Itacolomi, a tão esperada visita a Mina da Passagem e muito mais 🙂
Por Juliana Paul Mostardeiro
Juliana Paul Mostardeiro é a fundadora do Aqui é Assim, esse website que junta a paixão por viajar com a vontade de aproximar as pessoas deste fantástico mundo que é o de colocar uma mochila nas costas e sair por aí. Atualmente mora em Florianópolis onde trabalha também como Customer Success Manager na Resultados Digitais. Desenvolveu o projeto Jornalismo Cidadão: o voluntariado no aprendizado com à AIDS com pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria nos anos de 2007 e 2008 e foi gerente das Lojas Riachuelo de 2010 à 2013, ingressando na empresa através do Programa de Trainees. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria e especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera.