Visto Malásia | Aqui é Assim
Permissão de trabalho na Malásia

Como tirar o visto de trabalho na Malásia

Até que enfim saiu meu visto. Depois de um mês e meio na Malásia eis que estou novamente com meu passaporte em mãos. Agora posso contar para vocês como é o processo para obter o visto de trabalho.

Visto para Malásia
Visto para Malásia

Mas antes, acredito que a primeira informação que todos precisam saber é a de que Brasileiros não necessitam de visto de entrada para a Malásia, ou seja, você pode permanecer no país por até três meses sem visto algum. E apesar de algumas pessoas optarem por tirar o visto de trabalho no Brasil, você pode fazer o mesmo aqui.

Bom, mas enquanto entrar no país é fácil, tirar o visto de trabalho é outra história. Demorado e bastante burocrático vou explicar passo a passo de como é este processo aqui na Malásia.

A comunicação

A comunicação entre a Embaixada da Malásia no Brasil e a Malásia não existe, primeiro ponto.

Quando você liga para a Embaixada da Malásia em Brasília-DF o visto parece ser algo bem simples e o custo com o processo bem baixo, apenas R$ 12,00 mais R$ 15,00 por folha carimbada pela embaixada. Segue abaixo a lista de documentos solicitados pela embaixada no Brasil:

  • Formulário (em anexo) em 2 vias que deverá ser devidamente preenchido;
  • Passaporte original com a validade mínima de 6 meses;
  • 2 fotos 3×4;
  • Certificado Internacional contra Febre Amarela, que deverá ser tomada 10 dias antes da viagem;
  • Carta de Aprovação da Imigração da Malásia (caso vá a trabalho remunerado) para Visto com Referência *;
  • Cópia da passagem área de ida;
  • Cópia da RNE (Registro Nacional de Estrangeiro) – em caso de estrangeiro;
  • Taxa Consular de R$ 13,00 (treze reais) por pessoa.

No entanto, a embaixada não sabe informar sobre como obter a Carta de Aprovação da Malásia, quais são os documentos necessários e quanto tempo demora e, por estes motivos, decidi tirar meu visto de trabalho aqui, o que a embaixada não recomenda. Mas antes de viajar para o país enviei os documentos necessários em cópia normal, via e-mail, para que a empresa já iniciasse o processo antes da minha chegada na Malásia.

Das coisas que ouvi, porque se não bastasse a embaixada não ter a informação sobre a carta, de quebra me ofereceu um monte de possíveis problemas que eu poderia ter se entrasse na Malásia a trabalho como turista; seguem três:

  • Nunca vi ninguém ir para Malásia a trabalho sem tirar o visto no Brasil. Tem certeza que esta empresa é séria?
  • Como você vai apresentar na imigração uma carta da empresa e entrar no país como turista?
  • E se seu visto é rejeitado na Malásia?

Bom, acho que fui a primeira brasileira então a entrar na Malásia sem visto algum. Ninguém da imigração me barrou, se quer perguntaram meu nome. Apenas checaram meu passaporte, consultaram uma tabela, que acredito ser dos países que não precisam de visto, e carimbaram. Pronto, três meses tá garantido, pensei eu.

Visto de turista
Visto de turista

O visto de trabalho

No início foi bem difícil entender sobre este processo, pois tanto eu, quanto o pessoal AIESEC local estávamos aprendendo.

O visto de trabalho na Malásia possui dois estágios. No primeiro, você precisa enviar para a empresa na Malásia o contrato de trabalho original assinado por você e pela empresa, todas as páginas do seu passaporte digitalizados, 6 fotos em fundo azul 3,5 cm x 5,0 cm, currículo atualizado em inglês, certificados acadêmicos originais e tradução juramentada para língua inglesa, além da cópia da descrição do seu trabalho. Eu ainda anexei uma carta em inglês para a imigração da Malásia, explicando porque havia decidido realizar o intercâmbio no país, e uma carta da empresa que fez a tradução dos diplomas, mas não precisa. A empresa na Malásia fica responsável por pagar a taxa de 50 Ringgit (MYR), escrever a carta justificando o porquê de contratar um estrangeiro ao invés de um trabalhador local e fazer a submissão on-line dos documentos.

Em tese todos os documentos, foram em soft copy (digital), ou seja, a empresa me enviou por e-mail os documentos que exigiam a minha assinatura, já assinados pela companhia. Foi só assinar, digitalizar e reenviar por e-mail novamente. Este foi o processo com toda a documentação. Mas, até entender que o estágio 1 era on-line, foram inúmeros e-mails trocados, várias conversas via Facebook com o pessoal da AIESEC Malásia e algumas ligações para e Embaixada da Malásia no Brasil, que mais me fazia questionamentos do que me ajudava.

Cheguei a cotar com a DHL postagem para a Malásia, devido alguns documentos solicitados pedirem os originais e não a cópia. O custo seria em torno de uns R$ 200,00. No entanto a empresa garantiu que tudo seria on-line. Confiei!

A tradução juramentada

Achei uma empresa em Porto Alegre chamada Tradutoria. Liguei e perguntei se poderia enviar os diplomas digitalizados por e-mail para agilizar o processo, expliquei sobre o prazo, era metade de setembro e eu precisava viajar até 10 de outubro, e de quebra perguntei se eles fariam a gentileza de carimbar os diplomas no Ministério da Relações Exteriores em Porto Alegre e enviar para mim para Brasília para não perder tempo, já que os correios estavam em greve.

A empresa foi muito profissional. Paguei R$ 274,30 pela tradução, deslocamento e postagem.

A confusão com Embaixada da Malásia no Brasil

A empresa de tradução preparou tudo na segunda-feira (23/09) e postou os documentos para a embaixada na terça-feira (24). Monitorei pelo site dos correios a entrega do documento na quinta e sexta-feira (27) liguei para Brasília. O inacreditável tinha acontecido, a embaixada não havia recebido nada. Entrei em desespero. Será que a empresa em Porto Alegre tinha sido sacana?! Não, não pode. Por favor, Santo Expedito ajuda.

Precisei ligar para a empresa de tradução, que solicitou aos correios o nome da pessoa que recebeu a documentação em Brasília; e só depois de ter recebido a notificação dos correios e enviado por e-mail para embaixada, adivinhem? O documento finalmente apareceu.

Mas não para por aí. Problemas com a documentação. Segundo a embaixada todas as folhas da tradução juramentada, além da cópia dos diplomas, precisavam estar carimbados pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), pois a embaixada só carimba onde estiver o carimbo do MRE. No entanto, os documentos estavam presos por um selo, ou seja, um carimbo do MRE validava todo a documentação, mas para a responsável pelo processo na embaixada não, era a primeira vez que ela recebia uma documentação assim e o mais engraçado para ela é que o MRE deveria saber como funcionava. No entanto, ela iria perguntar ao Terceiro Secretário se o documento era válido, mas já era sexta-feira de tarde, ou seja, só segunda-feira, dia 30, para obter uma resposta.

Então, lá fui eu de novo ligar para a empresa de tradução questionando o processo, que me explicou passo a passo do que foi realizado, fez a gentileza de enviar um e-mail para embaixada com toda uma explicação sobre a documentação e ainda escreveu uma carta em inglês dizendo que havia realizado a tradução de X documentos para mim (esta carta foi uma recomendação da AIESEC daqui). Além disso entrei em contato com o pessoal da AIESEC para ver se eles tinham algum modelo de diploma que pudesse me orientar, e não perdi tempo, liguei para uma amiga que morou em Brasília e pedi ajuda. De repente ela conhecia alguém que poderia me auxiliar lá. E não é que conhecia.

Bom, solicitei a esta pessoa na segunda-feira, dia 30, que retirasse meus diplomas na embaixada e tentasse no MRE de Brasília carimbar todas a páginas. Só que para isso precisei escrever uma autorização e enviar por e-mail para a embaixada para a retirada dos mesmos. Na mesma tarde esta nobre alma tentou ir no MRE, que para minha sorte estava fechado.

Na manhã seguinte, lá foi ela de novo e para minha triste notícia, o MRE não podia carimbar os documentos, primeiro porque já haviam sido carimbados, e segundo porque para carimbar as cópias dos diplomas precisava dos originais. Sem ter mais tempo para me ajudar, esta pessoa recomendou uma segunda, só que para esta precisei pagar pelos serviços.

Decidi ir na sorte. Documentos entregues na embaixada, carimba onde der para carimbar e seja o que Deus quiser. A boa notícia é que para o Terceiro Secretário a documentação estava ok, mas tive que escutar que ele tinha até três dias úteis para assinar a documentação.

Somente na quinta-feira, dia 1/10, recebi a ligação da Embaixada na Malásia dizendo que estava tudo ok. Mas antes de postar nos correios solicitei a pessoa lá em Brasília que digitalizasse tudo pra mim, pois assim já poderia enviar para a empresa na Malásia. E foi o que fiz, juntei tudo, digitalizei e enviei por e-mail.

Com o prazo super apertado não dava mais para esperar, pois dia 16 de outubro eu deveria iniciar na empresa. Arrisquei, não aguardei a aprovação do estágio 1, recomendado pela AIESEC Malásia e que leva em torno de 4 dias. Na segunda-feira, dia 4, fui verificar passagens, seguro saúde e meu Visa Travel Money. Pensei eu, quando chegar na Malásia o estágio 1 já vai ter sido aprovado.

O processo final na Malásia

Para minha surpresa, cheguei na empresa dia 16/10, e eles não haviam escrito a carta, além de solicitarem novamente minha assinatura no contrato de trabalho, pois acreditem, precisava dos originais.

A submissão foi realizada e a aprovação veio no final de outubro.

Próximo passo: estágio 2

Este estágio consiste basicamente em apresentar o passaporte (nem precisei me apresentar pessoalmente) e pagar uma taxa de 750 Ringgit (MYR). No entanto, este valor varia de país para país e eu paguei apenas 263 Ringgit (MYR). O custo total do visto de trabalho na Malásia é de 2500 Ringgit (MYR), que no meu caso mais de 70% foi arcado pela empresa.

Taxa paga, passaporte entregue. Após isso, você recebe uma carta válida por 60 dias, em caso de necessidade. O prazo do segundo estágio é de 15 dias, mas o meu demorou um pouco mais de 20.

Finalmente, meu visto de trabalho válido até novembro de 2014. Mas um detalhe importante, o visto sai com o nome da empresa, logo, se você quebrar contrato com a mesma o visto de trabalho deve ser cancelado.

O bom é que para quem deseja ficar mais de um ano, renovar o visto tem o custo é de apenas 12 Ringgit (MYR).

Aqui na Malásia o visto de trabalho é assim: burocrático e demorado, mas dificilmente é negado!

Visto de trabalho final
Visto de trabalho final

Por Juliana Paul Mostardeiro

Juliana Paul Mostardeiro é a fundadora do Aqui é Assim, esse website que junta a paixão por viajar com a vontade de aproximar as pessoas deste fantástico mundo que é o de colocar uma mochila nas costas e sair por aí. Atualmente mora em Florianópolis onde trabalha também como Customer Success Manager na Resultados Digitais. Desenvolveu o projeto Jornalismo Cidadão: o voluntariado no aprendizado com à AIDS com pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria nos anos de 2007 e 2008 e foi gerente das Lojas Riachuelo de 2010 à 2013, ingressando na empresa através do Programa de Trainees. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria e especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera

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13 Comentários

  1. Thanks for the sensible critique. Me & my neighbor were just preparing to do a little research on this. We got a grab a book from our area library but I think I learned more clear from this post. I’m very glad to see such excellent information being shared freely out there.

  2. Parabens Juliana,

    Voce foi efeciente no seu processo de visto. Muitas pessoas caem nas maos de aproveitadores, simplismente porque nao correm atras.

    Fiquei feliz por você. Sucesso.

    Rosi

  3. A propósito, você foi muito gentil em compartilhar sua experiência.

    🙂

  4. Olá, tudo bem?
    Estou verificando oportunidades de trabalho nesse país e vi teu site. parabéns pela empreitada.
    Sabe me dizer se nos dias atuais a burocracia apra entrar no país e poder trabalhar, ainda é a mesma desde a época que você foi morar aí?
    Estava olhando uma oportunidade de trabalho aí, onde diz “Note: Applicants must be Malaysian nationals or possess valid work permits to be considered for this role”.

    Quando tiver um tempinho e puder me ajudar, lhe agradeço.

    Abraço e boa semana!

    • Olá Rafael,

      Tudo bem?

      Que bom que a minha experiência ainda inspira outras pessoas a querer viajar e descobrir o mundo.

      Para trabalhar na Malásia o ideal é que você faça todo o seu processo no Brasil e depois embarque para o país. Eu só arrisquei porque fui pela AIESEC, organização estudantil conhecida globalmente.

      O ponto do trecho apenas ressalta que os aplicantes precisam ser Malaios ou ter o visto de trabalho para a vaga, nada demais.

      Aplica do Brasil e se tudo der certo, aí sim é só arrumar as malas, mais seguro.

      Abraços.

      Juliana Paul Mostardeiro
      Founder at Aqui é Assim

  5. Mauricio Barros

    Parabéns por compartilhar essa informação,apesar de a postagem ser um pouco antiga, se vc estiver pela Malásia talvez um dia a gente tome um café em kuala lumpur.

  6. Roger Lopes de Queiroz

    Juliana meu nome é Roger de Ubá, mg. eu preciso do seu contato. Eu estava na Malásia nesse mesmo período que você foi pra lá. Voltei por falta de visto de trabalho. Agora estou fazendo faculdade esperando ter mais facilidade na minha volta pra malásia. Se puder por favor me mande um oi por whatsapp. Pra gente conversar direito sobre isso. (32) 999507510

    • Olá Roger

      Tudo bem?

      Os vistos de trabalhos para alguns países podem ser mais difíceis mesmo.

      Acredito que a melhor opção para retornar ao país é buscar por oportunidades de trabalho locais em sites de empregos como o empregospelomundo.com, organizações e acompanhar a oferta de vagas em empresas internacionais que possuam base na Malásia.

      Um diploma e o inglês fluente com certeza são diferenciais para qualquer vaga, seja ela nacional ou internacional.

      Espero ter ajudado.

      Abraços.

      Juliana Mostardeiro
      Founder at Aqui é Assim

  7. Marcelo Durval

    Estou indo a trabalho por uma empresa na cidade de Kuala Lumpur, porém a passagem já está comprada e o visto ainda não saiu. Resumindo não dará tempo de pegar o visto aqui no Brasil. Chegando lá é fácil resolver isso. A documentação ja está toda certa, apenas aguardando o visto ficar pronto. Chegando lá eu preciso enviar meu passaporte para o Brasil novamente?

    • Olá Marcelo,

      Tudo bem?

      Recomendo entrar em contato com o consulado da Malásia no Brasil para saber se você consegue dar continuidade no seu processo de visto lá. Se não for possível adie a sua ida para evitar dor de cabeça.

      Mas acredito que você possa finalizar seu processo na Malásia desde que tenha suporte da empresa que o contratou. Se for o caso, para garantir sua entrada no país sem maiores problemas, solicite uma carta convite da empresa confirmando que você está indo a trabalho.

      Espero ter ajudado.

      Abraços.

      Juliana Mostardeiro
      Founder at Aqui é Assim

  8. Olá Juliana, ótimo post!

    Eu estou em fase de entrevistas com a AIESEC da Malasia e estou estou dúvida entre eles ou dois países na Europa.
    Você recomendaria o programa lá? O programa é de 1 ano.
    Outra dúvida, ouvi dizer que além de todo este processo que descreveu ainda é necessário realizar exames de sangue. Você sabe se é verdade?

    Agradeço desde já! ;]

    Weslley

    • Olá Weslley,

      Tudo bem?

      A recepção do comitê da AIESEC Malásia foi muito boa, mas durante a minha experiência tive problemas e eles não conseguiram resolver e acabei retornando ao Brasil mais cedo.

      Fiz exames de sangue por conta, mas nunca foi solicitado.

      Espero ter ajudado.

      Abraços.

      Juliana Paul Mostardeiro
      Founder at Aqui é Assim

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