Depois de La Paz é hora de rumar ao sul da Bolívia. São aproximadamente 12 horas de uma viagem sacolejante onde a noite passa entre cidades a beira de estrada e depois do sono inevitável o dia começa a raiar, e a impressão é que saímos do planeta Terra e pousamos em Marte.

Montes cobertos de neve ao longo de uma planície que não tem fim e um céu tão azul quanto o da aquarela. Chegamos a pequena e deserta Uyuni, cidade quase fantasma e porta de entrada para um lugar incrível, o Salar do Uyuni.
São centenas de kilometros de sal que criam efeitos visuais alucinógenos. No meio do branco surgem transeuntes, trabalhadores e turistas vindos de lugar algum, montes emolduram a cena bem longe dali. A extração de sal é manual há décadas e é junto com o turismo a única fonte de renda da cidade. Os trabalhadores são ariscos e costumam ser hostis para com os turistas, mas a cena é demais fotogênica para evitá-la.

Nas redondezas há o famoso hotel de sal que distrai e hospeda os turistas, mais pela curiosidade do que pelos serviços em si. Conforme se adentra em seu interior surgem lagoas, ilhas de cactos, nascentes de água e a que cai da chuva forma um espelho infinito, famoso nas fotos que rodam o mundo. O caminho é feito de 4×4 e além do sal surge o pó das estradas que prosseguem até perto do Chile na região dos lagos.

No Salar de Uyuni é assim: visões espetaculares de lagos coloridos, vulcões e montes cobertos de branco, um lugar fantástico e completamente intocado, mesmo por que viver ali seria no mínimo impossível, mas que visitar é completamente incrível.

Por Cristian Ferrari.
Cristian Ferrari é fundador da Creative Design, empresa localizada em São Paulo, que tem como missão criar peças de identidade visual que reflitam o espírito da sua empresa. Como fotógrafo realizou sua 1ª exposição em 2008, recebendo diversos prêmios desde então pelo seu trabalho. É formado em Turismo pela Universidade Paulista e Técnico em Comunicação Visual pela ETEC Carlos de Campos.