No 3º e último post da Série: Mendoza revelamos como foi o incrível passeio na Cordilheira dos Andes e às noites nos Cassinos, além de contar também sobre os passeios que fizemos antes de retornar para terras brasileiras. Boa leitura!
6º dia – 2º dia de Aulas Abertas, o passeio no Parque General San Martín, a Aristides e o Cassino em Mendoza
Nosso segundo dia de Aulas Abertas foi até o meio dia com a entrega de faixas para celebração final. Depois das aulas, passamos em casa para deixar os uniformes, descansar e nos arrumarmos para passear no Parque General San Martín.
Caminhamos bastante até chegar aos belíssimos portões do parque, fomos até a Fuente de Los Continentes e depois seguimos até a Aristides para jantar.
Como alguns são vegetarianos, nos dividimos para encontrar opções que agradassem aos mais diversos paladares; o que não faltou na Aristides. Eu, Júlio e Ju Ventura jantamos no Buffalo e os outros em um mexicano do outro lado da rua, sim o grupo era bem grande neste dia. Depois, alguns de nós foram jogar sinuca no Basilika novamente.
O legal das Aulas Abertas é que você conhece gente do mundo todo e nos últimos dias, acaba sendo uma grande celebração. A Aristides estava fervendo aquele dia. Acho que todo mundo do Pa-Kua, que não era da cidade, aproveitou para conhecer a avenida.
Jogamos sinuca, nos empolgamos e lá estávamos nós de novo no cassino. Desta vez exploramos outra casa, uma das maiores de Mendoza, próxima a Aristides mesmo. Meu namorado viciou, também pudera, sentava na mesa e ganhava as apostas que fazia 🙂 Já eu fui conservadora nos jogos.
Chegamos tarde em casa. Não era o objetivo, pois na manhã seguinte levantamos muito cedo para a maior aventura da viagem: conhecer a Cordilheira dos Andes do lado Argentino.
7º dia – Ah, os Andes! Ah, o Cassino!
Manhã da segunda-feira, acordamos super cansados para o melhor passeio desta viagem. Saímos às 7h30 e embarcamos na van que nos levaria até a Cordilheira dos Andes, na fronteira entre Argentina e Chile.
O Tour Alta Montanha Aconcágua é uma das principais atrações de Mendoza e é aquele passeio que você NÃO PODE DEIXAR DE FAZER. A vista é simplesmente fantástica. Uma imensidão sem fim e uma beleza sem igual, que enchem o coração de alegria e os olhos de lágrimas.
O passeio leva o dia todo e durante o trajeto fizemos várias paradas para ver montanhas, aldeias, estações de esqui e monumentos históricos. Para que este tour seja maravilhoso, alguns cuidados são essenciais:
- O passeio é longo, cansativo e ocupa um dia inteiro, logo não programe mais nada;
- Use protetor solar, óculos e boné para proteção;
- As cordilheiras são geladas, portanto independente da estação do ano, leve um agasalho bem quente para suportar o vento e o frio da região;
- A diferença de altitude durante a subida pode gerar mal estar. Portanto, tome pouca água e coma pouco também, até o corpo se ambientar. Não é necessário tomar chá de folha de coca. Eu fiquei bem enjoada no início, tinha bebido na noite anterior e dormido pouco. Mas logo passou, para o bem do meu passeio.
Hora de conhecer as atrações:
- Cabo Potrerillos: primeira atração do tour que fica a 60km do centro de Mendoza. A represa, construída em 1999, é responsável por abastecer a cidade durante a época da seca – inclusive irrigando as vinícolas – e também pela geração de energia elétrica. A barragem é resultante de uma obra de engenharia que criou uma grande represa para as águas do Rio Mendoza. Atualmente é um local excelente para passeios em família e muitos participam de competições de pesca. A Associação Mendoza de Fly Fishing (AMPM) é responsável pelo desenvolvimento de cuidados intensivos de trabalho e pesquisa da pesca no local.
- Cordón del Plata: cadeia montanhosa dos Andes Argentinos localizado na Província de Mendoza, divido entre os municípios de Tupungato e Luján de Cuyo. A cadeia forma parte da Cordilheira Frontal (paralela à cordilheira Principal) junto às Cordilheiras do Tigre, do Portillo, de Santa Clara, de Las Llaretas, do Carrizalito e da Ramada – esta localizada na Província de San Juan. Os cumes são de grande altitude, entre 4.000 e 6.000 metros, e é a parte mais bonita da Cordilheira dos Andes, que pode ser vista de todo o território centro-norte de Mendoza. É dessa cadeia montanhosa que nascem rios importantes como Las Mulas, El Salto, Vallecitos e Blanco
- Uspallata: povoado localizado no Departamento de Las Heras, perto da fronteira com o Chile, na Rota Nacional 7, que une a cidade de Mendoza. É rota para aqueles que se dirigem para o Chile, bem como para aqueles que decidem enfrentar o Cerro Aconcágua. Uspallata mantém memórias valiosas em suas terras, que são testemunhas de dados históricos, como as usadas por General San Martín como passagem através dos Andes para a libertação do Chile. Picheuta, Polvaredas e Punta de Vacas são pequenas aldeias próximas a Uspallata e Los Penitentes, têm uma estação de esqui e servem de base de alojamento para expedições ao Aconcágua, já que o vilarejo concentra alguns albergues e lojas de equipamento.
- Estação de esqui Los Penitentes: durante a temporada de esqui (normalmente de junho a setembro), há uma parada nesse ski resort para quem quer se aventurar no esporte – confirme se seu tour inclui um tempo livre por aqui. Se puder/quiser deslizar na neve, não precisa se preocupar em levar equipamentos, já que é possível alugar tudo na própria estação. Tanto os equipamentos quanto a entrada para as pistas de ski serão pagos à parte do passeio.
- Parque Aconcágua Provincial: com área de 71 mil hectares, o Parque Aconcágua Provincial é muito visitado por praticantes de mini trekkings, que desfrutam sua exuberante paisagem na Laguna Horcones (2.950m). Para chegar ao topo do Monte Aconcágua (6.962 m), a mais alta montanha de todo o hemisfério sul e a segunda maior do mundo, só perdendo para o Monte Everest, nos Himalaias; são necessárias habilidade e experiência, além de muito preparo físico. Ao longo do caminho há acampamentos-base e observa-se a Plaza Francia, a Plaza de Mulas e a Plaza Argentina. Durante o verão, que rola de dezembro a março, alpinistas de todo o mundo visitam Mendoza para se aventurar até o topo do Aconcágua. Mas não se preocupe: você não precisa ser nenhum montanhista para aproveitar os atrativos do parque. Há também opções de trilhas leves e curtas, para todos os níveis.
- Puente del Inca: localizada sobre o Rio Cuevas, a Puente del Inca é uma ponte natural formada pela erosão térmica das águas sulfurosas, coberta de sedimentos minerais que a pintam de vermelho amarelado. Na década de 1920, foi construído ao redor do rio um hotel de águas termais chamado Puente del Inca, mas hoje apenas suas ruínas podem ser vistas por lá: em 1965 houve uma avalanche na região e a estrutura do hotel não resistiu.Hoje, a única outra construção ao redor da ponte é uma pequena capela, a única que resistiu à avalanche. Bem ali do lado há também uma simpática feirinha de artesanatos.
- Horcones Laguna: considerada a trilha mais simples do Parque Provincial Aconcágua, a trilha da laguna Horcones tem pouco mais de 2km de extensão e desemboca no lago Horcones, um pedaço incrível do parque que tem uma vista privilegiada do Monte Aconcágua. No entanto, por causa do clima, a trilha só pode ser feita durante o verão. Durante o inverno, o tour costuma parar apenas na entrada do parque para que os visitantes tirem algumas fotos.
- Villa las Cuevas: é uma vila de estilo europeu no Departamento de Las Heras, localizado na Cordilheira dos Andes, a 3.920m de altura. É o último povoado da Argentina e, próximo a Las Cuevas, localiza-se o túnel Cristo Redentor que permite, através da seus 3.080 m de comprimento, o acesso ao Chile.
- Cristo Redentor: monumento criado para celebrar a superação pacífica de um conflito por questões de limites que levou a Argentina e o Chile à beira de uma guerra. A escultura tem sete metros de altura e pesa quatro toneladas, foi feita em 1902 pelo escultor Mateo Alonso com armas de bronze do Exército dos Andes. Situada a 4.200m de altitude acima do nível do mar, o Cristo fica bem na divisa entre a Argentina e o Chile, simbolizando a união entre os dois países. Para chegar até o Cristo é preciso subir a encosta de uma montanha, um caminho um pouco difícil e que só pode ser feito de carro.
Cabo Potrerillos Estação de esqui Los Penitentes Villa las Cuevas Puente del Inca
Depois de uma manhã intensa, a quase 4 mil metros de altitude, na Villa de las Cuevas, uma maravilhosa refeição nos esperava. Venta bastante na região e faz frio mesmo no verão, tanto que mesmo com aquecedor a casa onde almoçamos ainda era bem gelada.
Mas a vista compensa. Estar lá no alto e poder olhar a imensidão das cordilheiras é uma experiência incrível. Não dá para descrever a mistura de sentimentos que inundam você.
Na volta o silêncio tomou conta da van e cansados fomos embalados em sono profundo a medida que descíamos a cordilheira, realizados com o passeio do dia.
Exaustos, assim que chegamos em Mendoza, paramos na Sarmiento para jantar e a noite fomos no Cassino, nos aventurar pela última vez e gastar o resto no dinheiro da viagem com a sorte.
Durante a madrugada fomos acordados por choros e gritos das pessoas que estavam no apartamento acima. Aparentemente, dois homens estavam brigando com uma mulher, que não parava de chorar. Pensamos nas mais diversas hipóteses e optamos por chamar a polícia local, que infelizmente, não conseguiu fazer muita coisa para ajudar. Depois que a polícia foi embora, não conseguimos mais dormir. Ficamos o tempo todo achando que tinha alguém na porta, que às pessoas iriam fazer alguma coisa contra a gente. nunca tinha passado por uma experiência assim antes. Até hoje não sabemos o que aconteceu naquele apartamento. Mas o bom é que o dia raiou e depois deste susto era dia de retornar ao Brasil.
8º dia – A volta ao Brasil
Malas prontas, hora de voltar.
Saímos cedo de Mendoza para um dia inteiro de viagens. Mendoza – Chile, Chile – São Paulo, São Paulo – Florianópolis.
Exaustos, regressamos ao nosso país com o coração cheio de alegrias e com a bagagem da vida adicionada de inúmeras e boas histórias para contar.
Que venha a próxima aventura!
Por Juliana Paul Mostardeiro
Juliana Paul Mostardeiro é a fundadora do Aqui é Assim, esse website que junta a paixão por viajar com a vontade de aproximar as pessoas deste fantástico mundo que é o de colocar uma mochila nas costas e sair por aí. Atualmente mora em Florianópolis onde trabalha também como Customer Success Coordinator na Resultados Digitais. Desenvolveu o projeto Jornalismo Cidadão: o voluntariado no aprendizado com à AIDS com pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria nos anos de 2007 e 2008 e foi gerente das Lojas Riachuelo de 2010 à 2013, ingressando na empresa através do Programa de Trainees. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria e especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera.
Passeio diferente e interessante.