Vista de Oslo no caminho | Aqui é Assim
Vista de Oslo no caminho

Noruega: um pouco de Oslo, Fjords e Bergen

Conhecer a Escandinávia estava na minha lista de desejos há muito tempo. E a gente fica com essa ideia de que precisa de férias longas para aproveitar uma viagem assim. Grande erro. Juntei um feriado com mais alguns dias de férias e embarquei nessa viagem tão esperada. Primeira parada: Noruega.

Oslo

Começando pela Noruega, a primeira impressão de Oslo foi a melhor possível. Como qualquer cidade extremamente organizada, foi muito fácil sair do aeroporto, pegar o trem (Flytoget Airport Express Train) até o centro da cidade, onde minha amiga sueca já me esperava.

Primeiro Café da Manha Escandinavo: Queijos, pepino, salmão e pasta de caviar (com ovos cozidos) fazem parte do cardápio
Primeiro Café da Manha Escandinavo: Queijos, pepino, salmão e pasta de caviar (com ovos cozidos) fazem parte do cardápio

O interessante de ficar hospedada na casa de uma amiga sueca que mora na Noruega foi perceber os contrastes entre os vizinhos, uma rivalidade quase Gre-Nal, com um pouco menos animosidade. Apesar da curiosidade sobre a região, nunca tinha aprofundado muito na história local. Lá, aprendi que a Noruega conquistou relativamente recente a independência da Suécia – em 1905 – referendado por um plebiscito com 99,95% de aprovação. Assim, a primeira característica dos Noruegueses é o nacionalismo exacerbado e celebrado anualmente no dia 17 de maio, quando todos saem às ruas com seus melhores trajes, festa essa que ainda pretendo presenciar.

Em relação às relações com o vizinho, brincava com minha amiga sobre essa pseudo rivalidade cada vez que ela me apresentava alguma peculiaridade do país e dizia logo em seguida “o chocolate daqui é bom, mas o da Suécia é melhor”. Acabei incorporando o jargão ao longo da viagem e me divertindo com a percepção entre os vizinhos – o que para nós parecem muito semelhantes, para eles, diferenças muito grandes. Os suecos, notadamente mais descolados, vendo os noruegueses como os caipiras endinheirados, com uma pontinha de inveja – já que o país descobriu petróleo em meados da década de 1960, mudando drasticamente sua situação econômica – e os noruegueses, por sua vez, considerando os suecos mais metidos.

Diferenças e rivalidades à parte, a Noruega foi uma grata surpresa. Do início ao fim. Meu roteiro começou por Oslo. Dos passeios que fiz por lá, recomendo o National Museum (onde uma galeria incrível com obras de Edward Munch), o Vigeland Park (parque lindíssimo com esculturas de Gustave Vigeland), Oslo Radhus (a Prefeitura de Oslo e local do anúncio dos prêmios Nobel) e, é claro, a imperdível Opera & Ballet. Algumas atrações não me emocionaram tanto, como o Palácio Real na Carls Johans Gate, principal avenida da cidade – não muito impressionante comparado com outros Palácios europeus e o Holmenkollen Ski Jump – a não ser que seja aficionado pelo esporte, é basicamente uma rampa gigante que dá para ver de vários ângulos da cidade.

Vigeland Park em um dia ensolarado de abril - Oslo
Vigeland Park em um dia ensolarado de abril – Oslo

No entanto, fugindo um pouco das dicas de turismo que podem sem encontradas facilmente, tive algumas descobertas inusitadas. Uma delas foi o Ekebergparken – um parque privado com algumas obras de arte integradas na parte antiga da cidade (sudeste do centro de Oslo e fácil de chegar de Bonde). Foi uma indicação de um amigo norueguês que reencontrei por lá e um lugar que nem minha amiga que mora lá conhecia. A natureza é incrível e achando o spot certo tem uma vista fantástica da cidade no pôr do sol.

Outra percepção é o apreço que os escandinavos têm pelo ar livre e natureza. A época que fui ainda estava um pouco frio, mas bastava o sol sair um pouquinho que lá íamos fazer um piquenique ou passear de bicicleta – aliás, esse é um jeito bastante bacana de conhecer, já que a cidade tem estrutura e segurança para os ciclistas de plantão. Além do ar livre, por diversão, eles gostam muito de jogos de modo geral. Os bares, além de cervejas extremamente caras para os padrões brasileiros, são sempre equipadas com várias alternativas de diversão, desde jogo de sinuca, passando por uma espécie de curling de mesa e bocha. De qualquer forma, ao ar livre ou em bares, os noruegueses definitivamente sabem se divertir.

Passeio de bicicleta pelos arredores de Oslo
Passeio de bicicleta pelos arredores de Oslo

Flåm Railway e Fjords

Como na época que fui não era propícia para ver a Aurora Boreal (mais ao Norte – ainda quero muito visitar), optei pelo passeio dos Fjords, por uma rota tida como uma das mais bonitas do mundo, organizada pela Norway in a nutshell. O trajeto cruza o país, saindo de Oslo, passando por Myrdal, Flåm, Voss até chegar em Bergen, misturando percursos de trem, navio e ônibus. Cansativo para um dia só, mas simplesmente fantástico.

A paisagem vai mudando gradualmente, começando por um verde misturado por lagos até chegar ao topo com neve. Fica tão branca a paisagem que óculos escuros são essenciais. E muito café para não pegar no sono e perder essas paisagens.

Paisagem de um branco deslumbrante
Paisagem de um branco deslumbrante

DICA DE OURO: Pausa para almoço no meio do trajeto. Aconselhável levar lanche pronto (frutas, sanduíches e nuts), pois não há muitas opções no caminho e as poucas que tem são de péssimo custo-benefício.

Bergen

Os dois dias que passei em Bergen foram de extrema sorte. Capital da Noruega no século XIII, a segunda maior cidade atual, é conhecida como a cidade da chuva, dado seus altos índices pluviométricos. E, por mais incrível que possa parecer, não peguei praticamente nada de chuva por lá. Um dia um pouco nublado, é verdade, mas não chegou a estragar o passeio por essa bela cidade.

Bergen
Bergen

Dos passeios, obrigatório subir o funicular, com vista da cidade e visitar o Kode Museum (complexo de 4 museus nos arredores da Festplassen, bem no centro da cidade e próximo à estação de trem. Cada um deles tem uma especialidade – meus favoritos foram o de arte contemporânea e o de arte escandinava, com mais telas e histórias de Edvard Munch).

Um dos prédios do Kode
Um dos prédios do Kode

A simples caminhada pela cidade, com as típicas casinhas de madeira coloridas já vale muito a pena. Para fechar, a culinária da cidade é fantástica, destaque para os frutos do mar. A dica é o Restaurante Bryggeloftet & Stuene, fundado em 1910, que tem excelente comida à beira do cais. Possivelmente a melhor refeição que fiz em toda a viagem foi lá.

Por Bibiana Camargo

Bibiana Camargo adora viajar e descobrir novos lugares e sabores. Trabalhou na Câmara dos Deputados em Brasília e atualmente mora em São Paulo, onde trabalha no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. É formada em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e graduanda em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Sobre Ju Mostardeiro

Destinos, relatos, dicas, guias gratuitos, séries fotográficas e muito mais. Venha descobrir o mundo com a gente! Por Ju Mostardeiro.

Descubra mais

Série: Mendoza – parte 3

No 3º e último post da Série: Mendoza revelamos como foi o incrível passeio na …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *