Um carnaval na Serra Catarinense – parte II

No segundo post do Aqui é Assim sobre a nossa experiência de 3 dias em Urubici, Serra Catarinense, vou contar como foi a nossa aventura na Serra do Rio do Rastro, além dos passeios em mirantes, parques e cafés; e é claro a nossa descida de 600 metros de tirolesa no Cânion do Xaxim.

Para saber como foi nossa aventura pela Serra do Corvo Branco basta ler o nosso primeiro post desta viagem.

As famosas curvas da Serra do Rio do Rastro na Serra Catarinense

Serra do Rio do Rastro

Levantamos cedo, tomamos um café reforçadíssimo e partimos rumo a Serra do Rio do Rastro. Saímos do chalé por volta das 10h, mas recomendo sair às 9h. A gente sempreeeee tenta sair cedo, mas nunca conseguimos rsrsrs.

Abastecemos o carro e partimos em direção a nossa aventura do dia. O acesso é fácil e em pouco mais de 1h30 de viagem chegamos no famoso Mirante da Serra do Rio do Rastro. Confesso que fiquei um pouco assustada. Apesar de ser a céu aberto, o lugar estava muito, muito cheio, e a grande maioria das pessoas sem máscara. 

Trajeto de Uubici à Serra do Rio do Rastro

A vista da serra é realmente deslumbrante. Lá do alto dá para ver suas inúmeras curvas e a imensidão do vale da Serra. Ao todo são 284 curvas e 1421 metros de altitude.

Dica: a serra está passando por reparos, devido aos intensos deslizamentos de rochas, que a tornam perigosa para o tráfego. Então, para quem deseja conhecer a região é necessário verificar os horários de subida e descida da mesma.

No período do carnaval, o horário de subida da serra era das 7h às 18h, de segunda a sexta-feira; e de descida das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira. Nos sábados, domingos e feriados a serra estava liberada.

Foto no Mirante da Serra do Rio do Rastro

Após algumas fotos, decidimos nos aventurar e descer pelas suas curvas. A Serra do Rio do Rastro é menos perigosa que a Serra do Corvo Branco, mas é igualmente imponente. O visual de cada curva é indescritível. O trajeto leva mais ou menos 40 minutos e ao longo das curvas há alguns pontos para descer e contemplar o visual encantador. Por conta dos reparos, a grande maioria destes acessos estavam com máquinas e como estava chovendo achamos arriscado e não paramos.

A subida da serra foi bem mais tensa, pegamos chuva, muita chuva. Por alguns minutos perdemos totalmente a visibilidade e só conseguiámos sentir as rajadas de vento forte contra o carro. Muitos carros precisaram parar na pista por conta do temporal. Como estávamos em um carro mais pesado, conseguimos seguir, bem devagar, mas seguimos. Como o tempo estava muito instável na região durante o carnaval, de uma hora para outra éramos surpreendidos pela forte chuva local. Ficamos com medo de sermos surpreendidos por algum deslizamento de rochas, mas por sorte nada aconteceu. Chegamos no topo! 

Antes de retornarmos fizemos um lanche no próprio mirante. Há algumas opções no local para os turistas. Optamos pelo café de um dos restaurantes, pois o buffet a kg estava muito cheio e em meio a pandemia, todo o cuidado é essencial. Pedimos um salgado, um pedaço de bolo e um suco e ficamos ali por uns 20 minutos. Neste restaurante há também souvenirs no acesso ao caixa; não resisti e comprei umas lembrançinhas.

A 300 metros do mirante, em uma propriedade privada, há o Cânion da Ronda. Tentamos explorar o local mas não conseguimos devido às fortes chuvas daquela tarde, que por medidas de segurança, o acesso ao cânion foi fechado.

Hora de retornar!

Parque Quedas do Avencal

No caminho de volta paramos no Parque Quedas do Avencal, que fica localizado em uma propriedade privada, e dá acesso a Cachoeira do Avencal. A entrada custa R$ 20,00 e o parque fica aberto das 8 às 18h.

No local há um restaurante, o café El Torrador, estacionamento e banheiros, além do famoso mirante de vidro com a melhor vista da cascata e do Vale do Rio Capoeiras; e do mirante das araucárias, este de metal. O parque conta ainda com uma réplica da Pedra Furada e opções de lazer como balanço infinito, tirolesa, pêndulo, parque infantil e camping.

O parque é pequeno e apesar da vista da cachoeira ser muito bonita, particularmente, achei caro pelo que oferece. A região tem dezenas de outras opções bem interessantes. Portanto não recomendo.

Além desta cachoeira é possível acessar outra cachoeira, em uma outra propriedade privada, nada de excepcional.

Mirante de Urubici

Saindo do parque a próxima parada foi o mirante da cidade, que oferece uma bela vista panorâmica de Urubici. A vista é realmente muito bonita e se desejar você pode contemplar o pôr do sol da região, mas decidimos ver o sol de pôr em outro ponto da cidade, o famoso Morro do Campestre.

Morro do Campestre

Eram quase 18h e não sabíamos se iríamos conseguir acessar o mirante do morro, pois uma moça que estava no mirante da cidade havia nos informado que tinha tentado acessar o Morro do Campestre, mas que um caminhão havia quebrado na entrada e o acesso estava bloqueado. Decidimos arriscar!

Em pouco mais de 15 minutos estávamos lá e por sorte o caminhão havia sido removido. pagamos R$ 15,00 para acessar o mirante e corremos para conferir o pôr do sol no local. Para acessar o topo do morro é necessário subir uma longa e íngreme escada, de tirar o fôlego. Apesar do sol se pôr atrás do morro, a vista compensa. Ficamos 1 hora lá em cima contemplando o visual. 

Pôr do sol no Morro do Campestre em Urubici

O mirante estava bem cheio e a grande maioria das pessoas, novamente, sem máscaras; o que gerou certo desconto. Porém assim que o sol se pôs, 95% foi embora, e nós pudemos curtir a beleza do lugar e admirar o horizonte ao som da natureza.

Quando descemos já passava das 19h. Estava quase escurecendo. Voltamos para o nosso chalé, realizados com as aventuras, as descobertas e as belezas que presenciamos neste dia.

No chalé, preparamos um bom macarrão ao molho sugo, afinal estávamos à base de lanches há dois dias, e curtimos a nossa última noite na serra catarinense, ao calor da lareira e ao poder relaxante da banheira.

Cascata Véu de Noiva

Dia de retornar. Acordamos por volta das 9h, tomamos um bom café e nos arrumamos para fazer o checkout, às 11h. Perguntamos a Chai o que mais poderíamos explorar na região no caminho de volta a Florianópolis e ela nos lembrou da Cascata do Véu de Noiva. 

Colocamos no google maps e fomos em direção a nossa última aventura antes de pegarmos a estrada. O acesso a Cascata do Véu de Noiva se dá pelo Morro da Igreja, mesmo caminho que leva ao Parque Nacional São Joaquim, onde fica a Pedra Furada.

Após 15 minutos dirigindo, você encontra uma bifurcação, onde se seguir reto vai chegar no Parque Nacional São Joaquim e se virar à direita, chegará na cascata.

A cascata fica em uma propriedade particular e a entrada custa R$ 10,00. O horário de funcionamento é de quarta a domingo das 08:00 às 18:00; exceto em feriados.

No local há um restaurante com comida caseira junto a uma loja de souvenirs, trilhas, duas cascatas (Véu de Noiva e Dos Namorados), tirolesa, banheiro e estacionamento; além de 6 cabanas para hospedagem.

Na caminhada de 150 metros entre o estacionamento e a base da cascata é possível observar diversos pássaros da fauna local, como curiós, sabiás, tico-ticos, pica-paus, gaturamos e capitães-do-mato, em uma explosão de sons e cores. Com 62 metros de queda, a cascata se destaca entre as mais de 80 encontradas no município. Não há queda livre, a água desliza suavemente por grandes rochedos e, quando há maior vazão, forma-se uma imagem semelhante à um véu branco de noiva, origem ao nome pelo qual é conhecida.  

Na propriedade há ainda uma trilha suspensa a 10 metros de altura, com 260 metros de comprimento, ligando as copas das árvores, permitindo a prática do arvorismo, modalidade que chegou recentemente ao país. 

Tirolesa no Cânion do Xaxim

Saímos de casa com o objetivo de fazermos um passeio tranquilo pela região, mas este dia não foi diferente dos demais. Depois de passear pela cachoeira e percorrer a trilha chegamos até a tirolesa. 

A princípio resisti. Não queria ir. Estava com medo de cair. Meu namorado insistiu tanto na aventura, que decidi me arriscar. A tensão minutos antes de descer de tirolesa, faz o corpo tremer e o coração disparar. Foram 600 metros de pura adrenalina gritando de uma ponta a outra. A aventura acontece em cima do Cânion do Xaxim, onde é possível vislumbrar a sua beleza. 

600 metros de tirolesa no Cânion do Xaxim

Depois desta descarga de adrenalina, passamos no restaurante, mas como estava muito cheio, compramos apenas um souvenir e decidimos procurar um local na cidade para almoçar.

Café El Torrador

Ao chegar no centro da cidade, foi difícil encontrar um lugar que ou não estivesse cheio ou não estivesse fechando. depois de uns 40 minutos procurando, desistimos e optamos pelo charmoso Café El Torrador. No dia do passeio pela Serra do Corvo Branco eu tinha visto este café na avenida principal e tinha achado a casa um charme. Como chovia muito naquele dia, optamos por um café com melhor acesso. 

Como nada é por acaso, nosso almoço foi ali no Café El Torrador. Aprendi um pouco sobre cafés especiais em um ambiente super aconchegante. Eles não servem almoços, mas os croissants são uma delícia e com café então, são uma boa pedida. De quebra compramos pacotes de cafés moídos na hora para experimentar em casa (o que me fez virar cliente depois e encomendar mais).

Voltamos para a ilha da magia extasiados pelas inúmeras aventuras que vivemos neste carnaval na Serra Catarinense. Chegamos em Florianópolis à tardinha com a sensação de ter vivido cada momento com a intensidade que deveríamos. E muito, provavelmente, gostamos tanto porque planejamos apenas o essencial e nos deixando surpreender em cada decisão tomada na hora. Foi uma experiência incrível, que certamente iremos repetir. Que venham mais carnavais assim.

Por Juliana Paul Mostardeiro

Juliana Paul Mostardeiro é a fundadora do Aqui é Assim, esse website que junta a paixão por viajar com a vontade de aproximar as pessoas deste fantástico mundo que é o de colocar uma mochila nas costas e sair por aí. Atualmente mora em Florianópolis onde trabalha também como Customer Success Coordinator na RD Station. Desenvolveu o projeto Jornalismo Cidadão: o voluntariado no aprendizado com à AIDS com pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria nos anos de 2007 e 2008 e foi gerente das Lojas Riachuelo de 2010 à 2013, ingressando na empresa através do Programa de Trainees. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria e especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera.

Sobre Ju Mostardeiro

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