O segundo post da Série Canyons do Sul conta um pouco mais sobre a região dos canyons e como foi o nosso 1º dia de aventura em Praia Grande – SC.
Chegamos na cidade no sábado às 14h30 e como já dissemos no 1º post o pessoal foi extremamente gentil em nos esperar para dar início a primeira atividade: uma trilha de nível médio pelo interior do Canyon Malacara, marcando o início do nosso feriado de carnaval.
A região
Mas antes de contarmos como foi o nosso 1º dia na Cidade dos Canyons, vamos explicar o que são, exatamente, este tipo de formação geológica e como se formam.
Os canyons são vales profundos, formados a milhões de anos devido a ação dos rios e ao soerguimento, processo de choque e deslocamento, de placas no interior da crosta terrestre que elevam gradualmente o relevo da região. A ação do tempo como, por exemplo chuva, calor e vento, contribui para a erosão das camadas de rochas pouco consolidadas, esculpindo os imensos paredões rochosos com o passar dos anos, revelando um longo, lento e contínuo processo realizado pela natureza.
E o maior conjunto de canyons de toda a América do Sul fica localizado na Região Sul do Brasil, onde a borda dos canyons divide os estados do RS e SC. O planalto gaúcho, localizado na parte superior dos canyons, onde estão os campos de cima da serra, pertence a cidade de Cambará do Sul – RS; mas basta descer 1 metro pelos paredões dos imensos precipícios, para pertencer a Praia Grande – SC.
A região possui mais de 36 canyons, esculpidos pela natureza em uma área de, aproximadamente, 200 km². A paisagem é de tirar o fôlego. Um lugar onde o topo da montanha parece tocar o céu, e através das suas exuberantes e intermináveis fendas, a imensidão dos canyons faz transbordar sentimentos inexplicáveis.
O Canyon Malacara
Explorar um canyon a partir do seu interior foi a nossa primeira aventura na região. Podemos dizer que a grande vantagem de conhecer os canyons a partir da cidade de Praia Grande – SC se dá, exatamente, pelo fácil acesso à região de trilhas pelo interior dos canyons, já que área de planície fica dentro do Estado de Santa Catarina. A cidade também oferece uma linda visão dos paredões.
O Canyon Malacara possui 1000 metros de altura e, aproximadamente, 800 metros de profundidade. A trilha pelo interior do vale tem 3 km, ida e volta, entre mata fechada e rio, e para percorrê-la é necessário usar equipamento de segurança contra picadas de cobras, as chamadas polainas de proteção. Ao todo atravessamos 14 vezes o rio e durante o trajeto foi possível vislumbrar o imenso paredão rochoso do canyon diversas vezes.
O caminho desafiou o corpo a vencer as correntezas do rio, a caminhar entre pedras soltas e a subir e descer em meio a mata fechada. A recompensa dessa caminhada veio com a chegada ao Poço do Malacara. Uma piscina natural, formada no meio do canyon, de água cristalina extremamente relaxante e gelada, muito gelada, mas que proporciona um banho revitalizador e faz qualquer esforço parecer pequeno.
Na volta fomos surpreendidos por uma chuva torrencial, que exigiu maior atenção para percorrer o caminho, devido à instabilidade de algumas partes do solo e as pedras soltas e escorregadias. Mas o 1º dia, dessa viagem cheia de aventura, sensações inexplicáveis e paisagens indescritíveis, já valeu muito a pena. Próxima aventura: Canyon Itaimbezinho.
Por Juliana Paul Mostardeiro
Juliana Paul Mostardeiro é a fundadora do Aqui é Assim, esse website que junta a paixão por viajar com a vontade de aproximar as pessoas deste fantástico mundo que é o de colocar uma mochila nas costas e sair por aí. Atualmente mora em Florianópolis onde trabalha também como Customer Success Manager na Resultados Digitais. Desenvolveu o projeto Jornalismo Cidadão: o voluntariado no aprendizado com à AIDS com pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria nos anos de 2007 e 2008 e foi gerente das Lojas Riachuelo de 2010 à 2013, ingressando na empresa através do Programa de Trainees. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria e especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera.