Roteiro completo da nossa viagem – parte I

Foz do Iguaçu sempre esteve na nossa lista de destinos desejados e, finalmente, conseguimos explorar essa cidade cheia de história, de mistura cultural única e de exuberante beleza natural e suas paisagens de tirar o fôlego.

Hora de conferir, nesta série do Aqui é Assim, o relato detalhado da nossa jornada na Tríplice Fronteira. Como foram os 11 dias na região, nossos passeios, aventuras e dicas para quem deseja fazer um roteiro semelhante.

O planejamento

Nosso destino seria o Uruguai, mas como queríamos ir de carro, para tirar a carta verde o carro deveria estar no nome do condutor do veículo e no caso ainda estava no nome da minha mãe.

Perdemos minha mãe em 2022 e desde então, todo o final de ano, eu e meu pai viajamos para conhecer algum lugar no mundo. Como ainda não finalizamos o inventário dela, na dúvida se iríamos conseguir transferir somente o carro, decidimos escolher outro destino, que não dependesse tanto deste processo e foi aí que optamos por outro lugar que também queríamos muito conhecer: Foz do Iguaçu. 

O plano seguia sendo o mesmo, iríamos de carro até Foz e se o processo estivesse pronto até o dia da viagem, cruzaríamos a fronteira com ele. 

O planejamento levou uns 3 meses. Usei o Trip Advisor para ver as principais recomendações de passeios, dicas, restaurantes, etc.; conversei com dois amigos que haviam ido para lá recentemente, peguei dicas de perfis no Instagram para seguir e ainda pesquisei dicas para Foz no Google. Depois de pesquisar bastante, montei o roteiro nesta planilha.

Data da viagem e rota até Foz

Final de ano sempre tenho férias coletivas e combinei com o pai de ir para Santa Maria no dia 16/12 para ajudar na organização das coisas dele. Como trabalho remota, trabalharia de lá até dia 19/12 e a partir do dia 20 estaria, oficialmente, de férias. Nossa viagem para Foz estava planejada entre 22/12 a 02/01. Minha data de retorno para Floripa seria dia 05/01.

Fechadas às datas, hora de organizar as coisas. Comecei a arrumar a mala uma semana antes. É sempre um tira e bota roupa sem fim e para variar sempre levo mais coisas do que realmente uso mas, como seria viagem de ônibus até Santa Maria e depois carro, não me preocupei tanto com o peso da mala em si.

Meus 3 gatos foram para a Hospedagem Bigodinhos um dia antes. Já falei aqui no post de Maceió como faço com os meninos quando viajo. Malas prontas, apartamento organizado, hora de descer. Em Santa Maria, também deu tempo de preparar tudo, desde o banho e tosa de virada de ano do Amarelo, cachorro de estimação da família, até a transferência do carro para o nome do meu pai.

A rota que escolhemos foi pelo interior dos estados do RS, SC e PR. Uma média de 12h de viagem. Existe uma rota menor, que passa por dentro da Argentina, mas como não conhecíamos a estrada decidimos não arriscar.

A hospedagem

Geralmente, eu uso o Airbnb em viagens que vou acompanhada. Acho mais cômodo, principalmente, porque gosto de cozinhar. 

Depois de pesquisar algumas opções, encontramos uma casa dentro do nosso orçamento, com boa infraestrutura e bem localizada. Aqui pagamos no ato da reserva com cartão de crédito, com reembolso parcial até alguns dias antes da viagem em caso de desistirmos.

Eu gosto muito de usar a plataforma e sempre busco por anfitriões que sejam super hosts, ou seja, pessoas com as melhores avaliações e que seguem as exigências colocadas pelo Airbnb.

Hospedagem garantida com sucesso!

Além disso, eu sempre entro em contato com o anfitrião para pegar dicas sobre a cidade e em Foz não foi diferente. O Ezequiel foi super atencioso, se colocou à disposição para realizar passeios na cidade e ser o nosso uber se a gente não quisesse ir com o nosso carro. Além disso, nos recomendou a Loumar Turismo, com a qual fechamos todos os passeios.

Os passeios

A Loumar é especialista em Foz do Iguaçu e o vendedor me ajudou a organizar os passeios conforme o roteiro que havia planejado. Compartilhei a minha planilha e negociei as datas e os valores com ele. 

Esta época do ano já começa a alta temporada. A gente poderia ter comprado os ingressos direto em cada atração, mas considerando que não pegaríamos fila para entrar nos lugares, pagamento em 10X sem juros, aplicativo para acompanhar o roteiro durante a viagem e suporte 24 horas via whatsapp para tirar dúvidas; não pensei duas vezes e fechei com eles.

A única coisa que não gostei, foi a pressão para fechar os pacotes por conta da virada de preço e inclusive deixei feedback sobre este ponto para o vendedor. Fora isso, eu recomendo muito a agência. Eles foram super atenciosos em todos os passeios, com guias bem preparados, ônibus de qualidade e suporte impecável.

Além disso, fechamos um passeio extra com outra agência, indicada pela Loumar, para conhecer as  Ruínas de San Ignácio e as Minas de Wanda, passeio que ele não realizam.

A documentação e o dinheiro

Os documentos para esta viagem foram:

• RG, CNH ou passaporte
• Seguro viagem
• Carta Verde

RG, CNH ou passaporte: como Paraguai e Argentina fazem parte do Mercosul, o passaporte para entrada não é obrigatório. A carteira de identidade é válida, desde que não tenha mais de 10 anos de emissão, e a CNH também em um raio de 30 Km. Fui com passaporte e meu pai com a CNH. Recomendo renovar a identidade. A do meu pai era muito velha, eu não me atentei e um dos passeios não conseguimos realizar. Vou contar ao longo do post.

Seguro viagem: como comprei tudo com meu cartão black da visa, decidi não contratar seguro viagem e contatar direto do cartão em caso de necessidade.

Carta verde: a carta verde é um seguro exigido para circulação de carros estrangeiros em determinados países. O documento pode ser emitido fisicamente em consulados, bancos ou corretoras de seguros; ou através da internet em sites confiáveis; e deve ser adquirido até 30 dias antes da entrada no país. Das vezes que precisei, contratei direto com a NWS, que foi super atenciosa e rápida; tirando todas as dúvidas no decorrer do processo. Em Foz, como decidimos fazer todos os passeios com a Loumar Turismo optamos por não comprar a carta e, realmente, não teve necessidade.

Sobre o dinheiro, na região da Tríplice Fronteira aceita-se real, pesos e dólares. Como os passeios estavam todos pagos, inclusive com algumas refeições, decidi pagar no pix ou no cartão de crédito às demais despesas e, apesar do IOF, valeu a pena. 

Dia 1 – Viagem a Foz e às primeiras impressões

Nós acordamos às 5 horas da manhã, terminamos de arrumar a casa e saímos por volta das 6h. Abastecemos e viemos pela BR-158 em direção ao oeste do Rio Grande do Sul. Cruzamos pelo oeste de Santa Catarina e do Paraná até chegar em Foz.

Devido à época do ano, era dia 22 de dezembro, tinha bastante carreta ao longo da trajetória e perdíamos velocidade por conta das condições em alguns trechos, principalmente, no Rio Grande do Sul, onde a estrada estava muito ruim e dificultava as ultrapassagens devido a falta de duplicação. Viemos de maneira bastante tranquila e a viagem não foi cansativa, mas durou aproximadamente 11h30. 

Nosso plano era almoçar por volta do meio-dia, mas quando já estávamos no final de Santa Catarina e início do Paraná, nos surpreendemos com a falta de postos de gasolina e restaurantes, pois era domingo e tudo estava fechado.

DICA! Sempre levar algo para comer e beber durante a viagem. Eu tenho uma garrafa da Live, que mantém a água gelada por 24 horas. Além disso, coloquei a garrafa dentro de uma bolsa térmica que ganhei da Track & Field. Quando chegamos por volta das 17h30 em Foz do Iguaçu, fui tomar água e ainda estava gelada. Vale muito o investimento. Também tenho uma garrafa da Farm, que ganhei de presente de aniversário. Ela gelava tão bem quanto a da Live, mas deixei cair no chão e, depois disso, a temperatura da água não ficou tão bacana. Então, realmente recomendo a da Live, pois é muito eficiente.

Depois de muita estrada, conseguimos encontrar um restaurante no Paraná por volta de 13h30. O local era algo como um resort de águas termais, mas a comida foi decepcionante. O prato executivo estava ruim, meu pai nem conseguiu comer, e eu comi porque precisava me alimentar. Logo após sair do restaurante, finalmente, conseguimos um posto de gasolina para abastecer. 

Até Foz foram, aproximadamente, 800 Km, onde gastamos cerca de R$ 600 em combustível, viajando em uma Fiat Strada que é bastante econômica, e mais R$ 70 com alimentação.

Ao longo da viagem, mandei mensagem para o Ezequiel para tirar algumas dúvidas e garantir os passeios do dia seguinte. Nosso objetivo era deixar o carro na casa e pegar um Uber com ele até a Loumar. Porém, ele cobrava R$ 50 para levar e buscar e achamos um pouco caro. Então, decidimos ir com nosso próprio carro.

Ao consultar sobre o traslado, ele perguntou sobre a nossa documentação e comentou que não dava para entrar na Argentina apenas com a CNH, somente identidade ou passaporte. Quando fui conferir a carteira de identidade do pai, percebi que tinha sido emitida em 1975, quando ele ainda era jovem, o que me deixou muito nervosa, pois três dos nossos passeios eram na Argentina e o outro no Paraguai, o que representava metade da nossa viagem. Fiquei desesperada, quase chorei, pois perderíamos metade dos passeios e a oportunidade de registrar tudo aqui no Aqui é Assim.

Entrei em contato com as duas agências envolvidas: a Loumar Turismo, com quem fechei a maior parte dos pacotes, e uma outra que faz o passeio até as Ruínas de São Miguel, na Argentina. Meu pai gosta muito de história, então esse passeio era um dos mais esperados. A Loumar Turismo confirmou que, para os passeios mais próximos, a CNH era aceita sim, desde que tivesse o número do RG impresso nela. UFA! Que alívio, depois de duas horas de muita tensão. Ainda faltava confirmar o passeio para as ruínas, mas pelo menos seria apenas um de todo o nosso planejamento de 10 dias na região.

No meio de todo esse estresse com os passeios, acabei me irritando com meu pai, pois ele está muito impaciente e quando entramos na cidade ele errou o caminho e se estressou. Pedi para ele sair do carro, assumi o volante e guiei até a casa que alugamos. 

Chegamos por volta das 18h no Airbnb. A casa fica em uma vila super tranquila e segura. Como eu corro, já aluguei pensando em fazer de duas a três corridas aqui em Foz. O bairro é ótimo para isso, com bastante árvores e pouco movimento. Gostamos muito do local e da infraestrutura da casa, que estava bem equipada. Deixamos algumas dicas para melhorar ainda mais a experiência dos hóspedes.

Então, descarregamos o carro e fomos ao mercado. Faltavam três minutos para o mercado fechar, mas conseguimos comprar algumas coisas. 

DICA! Esse estresse de final de dia, somado ao cansaço e à preocupação com a documentação, foi bem frustrante. Fiquei três meses planejando essa viagem e não me atentei a essa questão do RG do meu pai. Então, ficou decidido que no próximo ano, quando formos para o Uruguai, vamos refazer o RG dele e providenciar um passaporte para evitar problemas como esse. Para países do Mercosul o RG não pode ter mais de 10 anos de emissão, então antes de viajar verifique se o seu documento não está vencido. A CNH só é permitida em um raio de 30 Km de distância, acima disso precisa de RG válido. Em caso de dúvidas, faça um passaporte que é mais garantido. Outro detalhe importante, pais que desejam viajar com os seus filhos, na ausência de um dos responsávei,s é necessário fazer uma carta de autorização para pode sair do país. A exigência é para evitar a saída do país sem a devida autorização de ambas partes. Fique atento!

Após tudo isso, finalmente conseguimos relaxar um pouco. O trajeto foi longo e as estradas estavam desafiadoras como mencionado acima. Aprendi que é essencial levar água gelada e alimentos quando se viaja pelo interior em um domingo, pois há grandes chances de encontrar tudo fechado e acabar sem almoço.

Enfim, chegamos em segurança, prontos para começar a explorar Foz do Iguaçu. Amanhã será nosso primeiro dia de passeio e já temos um City Tour no Paraguai agendado. Hora de descansar!

Dia 2 – City Tour e compras no Paraguai

O dia dois começou cedinho. Às 7h45 já estávamos na frente do Hotel Bella Itália, que fica mais ou menos uns 14 minutos do Airbnb. A agência pediu para que sempre fôssemos até esse hotel para pegar o transfer para os passeios.

Seguimos de ônibus para fazer o City Tour no Paraguai. No trajeto, a guia explicou várias coisas sobre como realizar compras no país e os cuidados que deveríamos tomar para não passar por situações ruins. Ela alertou sobre os guias de rua, que geralmente levam turistas para lugares perigosos com intenção de extorquir dinheiro; falou para termos atenção com os nossos pertences, como carteira, celular e joias, pois há risco de assaltos; e indicou algumas lojas específicas que são confiáveis e vendem produtos originais, dentro dos Shopping Paris e New Zone, como as lojas Monalisa, Shopping China e Macedônia. 

São grandes importadoras, recomendadas pela agência, pois garantem produtos autênticos, ao contrário de muitas lojas menores que vendem os famosos falsificados. A Guia entrega uma revista com todas estas orientações. Em resumo, fazer compras no Paraguai hoje é uma grande aventura. É cuidar para não ser enganado, assaltado ou comprar algo falsificado rsrsrs.

A travessia da fronteira foi bastante caótica, pois nesta época do ano tem muita gente e o trânsito é super confuso. Demorou cerca de uma hora para cruzar a fronteira e antes de começarmos a explorar as lojas, fizemos um City Tour por Ciudad del Este. Esperamos a Van do City Tour dentro de um shopping. Aproveitei e comprei um Power Bank, além de já olhar os preços dos perfumes.

Ciudad del Este é uma cidade nova, com cerca de 62 anos e bastante pobre. O City Tour busca incentivar o turismo local mas, sinceramente, não achei nada de extraordinário nos pontos que visitamos. O passeio incluiu quatro paradas principais:

1. Catedral de Pedra: a catedral tem o formato da Arca de Noé e foi construída inteiramente com pedras extraídas localmente. É um local bonito, mas nada espetacular. A parada durou cerca de 10 a 15 minutos.
2. Museu da Cidade: o museu era a antiga prefeitura da cidade e abriga objetos antigos, como máquinas de datilografia, a primeira Polaroid e alguns artefatos locais relacionados à cultura da erva-mate e dos povos indígenas. Essa parada durou cerca de 15 minutos.
3. Gastronomia local: paramos em um restaurante que vendia vinhos e oferecia degustação de produtos típicos. Ficamos ali por, aproximadamente, 20 a 25 minutos. O local era bonito, mas não me interessei pelas degustações, nem das cachaças e nem dos salgados.
4. Saltos del Monday: o que realmente valeu o passeio foi a última parada: os Saltos del Monday, as cataratas do Paraguai. As quedas têm 120 metros de extensão e 45 metros de altura, formando uma paisagem belíssima. A trilha até as cataratas tem 1.200 metros e há um elevador que leva os visitantes até a base das cachoeiras, mas neste dia não estava disponível. Provavelmente, o funcionamento do elevador depende do volume de água, já que pode ser perigoso. Neste dia, meu pai perdeu meu boné no banheiro. Fiquei puta, mas enfim aconteceu. Ele fica tonto com altura e acabou esquecendo o boné em algum canto lá.

Se não fosse pelos Saltos del Monday, o City Tour em si não valeria a pena. As outras paradas poderiam ser feitas em qualquer cidade pequena do Brasil. No entanto, como minha intenção era conhecer o Paraguai além das compras, foi válido.

O City Tour durou umas 2h30. Próximo das 12h voltamos ao Shopping Paris, que era a área mais segura para fazer compras segundo a guia. Ela colocou tanto medo sobre furtos e golpes que optamos por não sair do shopping e não arriscar andar pelas ruas da cidade.

Almoçamos no restaurante brasileiro dentro do shopping. O buffet livre custou R$ 100 por pessoa, o que achei caro, mas a comida estava muito boa. Depois do almoço, fomos às compras e tivemos umas 3h para olhar tudo. 

Eu precisava de malas novas, perfumes, powerbank e um bastão de selfie. Foi tranquilo comprar, mas não pude pesquisar muito nas lojas. Aproveitei e olhei uma GoPro e um Echo Show da Alexa, que só encontrei na versão 5 e, como eu queria um modelo maior e mais recente, não comprei. 

No final, comprei duas malas, um bastão de selfie, vários perfumes que estavam valendo muito a pena; e um powerbank muito bom que no Brasil custaria o dobro. Meu pai comprou uma carteira, um ventilador, um rádio e algumas calculadoras. Tive que rir dele saindo do Paraguai com calculadora de escritório, mas cada um com as suas compras né!

Paramos para tomar um sorvete e enquanto conversávamos lembramos de outros itens que não estavam na lista, mas que poderíamos ter olhado, como um HD interno para meu notebook, um barbeador para o meu pai e um secador de cabelo. Até pensamos em voltar outro dia, mas o dólar estava muito alto, então alguns produtos não estavam compensando. Além disso, descobrimos que para voltar ao Paraguai em outro dia, o Ezequiel cobraria uns uns R$ 300, o que não valia a pena para este itens pequenos faltantes. Até negociei com ele voltar por uns R$ 100,00, mas acabamos desistindo por conta da muvuca.

DICA! Testar os produtos para ver se estão funcionando conforme o momento da venda. O meu powerbank o vendedor falou por exemplo que carregava sem fio, mas na prática a versão que comprei não. Essa primeira compra, que foi antes do City Tour, eu não me atentei em testar devidamente. Todas as demais nós testamos e veio tudo certinho.

Saímos do shopping às 16h. Se a ideia fosse pesquisar preços em várias lojas e negociar, não teríamos tido tempo suficiente. Mas como já sabíamos o que queríamos comprar, fomos direto às lojas de referência e conseguimos fazer dentro do tempo disponível. Para quem deseja pesquisar e garimpar, eu recomendo passar um dia todo olhando as ofertas. Existe a opção de ir para o Paraguai sem o City Tour, bem como de retornar às 18h. É só verificar com os guias.

O trânsito na volta foi extremamente caótico e como a aduana controla o fluxo de veículos, tudo fica mais demorado. Levamos cerca de uma hora para retornar ao Brasil, devido ao grande movimento desta época do ano, rota que demoraria uns 20 minutos em outros dias. Chegamos em casa por volta das 19h, depois de buscar o carro no Hotel Bella Itália. Foi um dia cansativo, mas o passeio ao Paraguai valeu a pena pela experiência dos Saltos del Monday e pelas compras no shopping.

3º Dia – Parque das Aves, Cataratas do Iguaçu (Lado Brasileiro) e Macuco Safari

Acordamos cedo e nos preparamos para o famoso passeio nas Cataratas do Iguaçu, do lado do Brasil.

O passeio estava marcado para às 8h20, então saímos de casa um pouco mais tarde e fomos até o Hotel Bella Itália para pegar um ônibus panorâmico, o que foi bem legal, pois este tipo de ônibus permite ver melhor a vista da cidade e aproveitar o vento no rosto. O trajeto até o Parque Nacional do Iguaçu levou cerca de 20 minutos.

Ao chegarmos, descemos do ônibus, passamos pela bilheteria e nosso ônibus nos pegou já do outro lado para seguir com o passeio. Durante o trajeto, a guia deu várias dicas sobre o Parque das Aves e as Cataratas.

Antes da primeira parada, fiquei muito emotiva com as palavras dela, que falou sobre a energia incrível das Cataratas, sobre como nós somos pequenos diante da natureza, e ainda passou uma mensagem linda de Natal. Aproveitem a energia daqui, disse ela!

Parque das Aves

Antes de chegar às cataratas, fizemos então a parada no Parque das Aves, que é um lugar muito bonito. O parque é uma propriedade privada, construída por um casal Alemão. Dois anos após o início do projeto, o marido faleceu, mas a esposa continuou com a iniciativa.

O parque abriga mais de 100 espécies preservadas e possui um circuito em formato circular, com cerca de 1.200 metros de trilha. O local é incrível, lembrando um pouco o Jurassic Park, pois há viveiros enormes onde podemos entrar e observar as aves bem de perto. Para transitar entre os viveiros, há um sistema de passagem com portas duplas: você entra em uma pequena área, fecha a primeira porta e só então a segunda porta destrava para permitir a passagem para o próximo setor.

O parque é segmentado por espécies. Primeiro, passamos pela área das aves silvestres, depois pelas araras, borboletas e outras aves exóticas. Algumas partes permitem interação mais próxima com as aves, como as araras e as cacatuas.

O passeio pelo Parque das Aves foi maravilhoso. É um lugar que, se a pessoa quiser aproveitar ao máximo, pode passar o dia inteiro lendo todas as placas informativas e esperando para observar todas as aves. Nós fizemos o circuito mais rápido, conseguimos ver muitos animais e tirar muitas fotos, mas não conseguimos ler todas as informações.

No final da trilha, há uma loja de souvenirs, um café e um restaurante. Eu comprei bichinhos de pelúcia: um flamingo, uma ararinha, uma coruja e outra arara para os meus gatos, que adoram brinquedos fofos.

Cataratas do Iguaçu – Lado Brasileiro

Depois do Parque das Aves, seguimos para as Cataratas do Iguaçu. A trilha das cataratas tem aproximadamente 1.500 metros, com algumas subidas e descidas, além de escadas. No alto do parque, já dá para ver as cataratas, e desde esse momento comecei a me emocionar com a paisagem. As Cataratas do Iguaçu são consideradas a 11º maravilhas do mundo moderno.

Não dá para descrever a força da natureza naquele lugar. O barulho da água é ensurdecedor e, conforme fomos descendo a trilha, a energia do local vai tomando conta de você. Isso que tinha muita gente, mas muita gente na trilha. Tirei tanta foto e gravei tanto vídeo, que a memória deste lugar está mais do que registrada, de todos os ângulos possíveis. A melhor parte foi quando chegamos na passarela que avança para dentro das cataratas. A força da água é tão grande que todo mundo toma um banho. Foi o melhor banho que eu tomei na minha vida, porque parecia que estava lavando a alma. A água é gelada, mas a sensação é única.

Após atravessar a passarela principal, fomos para um outro mirante. Como estava cheio de gente, pois a alta temporada começou, a experiência ficou um pouco tumultuada ali e tirar foto sozinha ficou bem difícil. Pagamos R$ 50 por uma foto profissional, que não achei tão espetacular, mas valeu o registro.

DICA! Alta temporada é difícil. Havia muitas pessoas mal-educadas, que empurravam e passavam na frente para tirar fotos. Isso acabou me estressando um pouco e com meu pai é impaciente e desatento, precisei ficar cuidando se ele estava com celular, carteira, boné (que ele perdeu no primeiro dia), entre outras coisas. Mas deu tudo certo. Se puder vá para Foz entre abril e outubro.

Finalizamos a visita às cataratas por volta de 13h20 e fomos almoçar no Restaurante Porto Canoas, dentro do parque. A comida estava maravilhosa e a vista do restaurante era linda, pois ficava acima do rio, antes das quedas d’água, rendendo algumas fotos também.

DICA! Foz é muitooooo quente. Precisa de boné, óculos e protetor para rosto e corpo. Não dá pra vacilar. E a cada parada em banheiro precisa reaplicar, ok?!

Macuco Safari

Às 14h30, estávamos prontos para o último passeio do dia: o Macuco Safari. Pegamos novamente o ônibus panorâmico e seguimos até o local do embarque.

O passeio começa com um percurso de trenzinho elétrico pela mata. Depois, pegamos um jeep até um ponto onde embarcamos nos botes infláveis para navegar pelo Rio Iguaçu. A expectativa era alta, pois esse passeio leva os turistas para debaixo das quedas d’água.

No meio do caminho paramos para ouvir a história de algumas espécies de plantas nativas. 

Houve um contratempo, pois ficamos uma hora esperando o bote, já que não havia embarcações disponíveis. Algumas pessoas pagaram por um passeio VIP e saíram com botes quase vazios, o que gerou um pouco de frustração. Como eu já estava cansada e com dor de cabeça, foi difícil ter paciência nesse momento. Porém, todo o estresse desapareceu assim que entramos no bote. O trajeto pelo rio foi simplesmente espetacular. O bote passa várias vezes embaixo das quedas d’água, garantindo que todo mundo saia completamente molhado. A sensação de estar ali, bem no meio das cataratas, foi indescritível.

O passeio foi tão incrível que valeu cada minuto de espera. Compramos um pacote com todas as fotos e vídeos do Macuco Safari por R$ 120. No total, gastei cerca de R$ 600 apenas com fotos desse dia, mas não me arrependo.

Voltamos para casa exaustos, completamente encharcados, mas extremamente felizes. Foi um dia que realmente renovou as energias.

Fizemos uma ceia super simples, para não deixar passar a noite de Natal e deitamos cedo para descansar.

4º Dia – Corrida e Passeio de Catamarã

Manhã de Natal!

Neste quarto dia de viagem, levantei bem cedinho para ir correr, por volta das 6h da manhã, mas como estava muito quente, choveu forte bem na hora de sair. Esperei até às 7h por conta da possibilidade de raios e então fui fazer minha corrida matinal. Corri em Foz do Iguaçu e então check na meta de manter os treinos durante a viagem. Tudo devidamente registrado no Strava.

Minha ideia era conseguir correr três vezes nessa segunda semana de viagem, mas como a viagem está bem intensa, talvez só consiga uma. No total, das quatro semanas de férias, essa vai ser a única sem treino de força e com apenas uma corrida, que consegui encaixar. Como estou caminhando bastante nos passeios, principalmente nas cataratas, não estou preocupada. E para quem, assim como eu, adora treinar, aqui vale o exercício mental de que a vida precisa de equilíbrio e está tudo bem.

Depois da corrida, voltei para casa, organizei as coisas e consegui dar uma boa descansada. Almoçamos, tentei dormir mais um pouco, e às 15h, fui tomar banho para nos arrumarmos para o Passeio de Catamarã.

Este passeio navega pelas águas do Rio Iguaçu e do Rio Paraná. O passeio foi maravilhoso.

Saímos de casa por volta das 16h. Esse passeio não tinha transfer incluso, então pegamos o carro e seguimos até a Estação de Areia, de onde sai o Catamarã II. Chegamos, passamos na bilheteria e embarcamos.

O catamarã é muito bonito e espaçoso. Durante o passeio, exploramos todos os andares: o andar de cima, o de baixo, a proa e também a parte traseira do barco.

O passeio começa às 17h e o percurso passa pelas três pontes:

1. Ponte da Fraternidade, que liga o Brasil à Argentina.
2. Nova Ponte da Integração, que conecta o Brasil ao Paraguai.
3. Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai.

Além disso, o catamarã passa bem perto do Marco das Três Fronteiras, onde é possível ver o encontro das águas do Rio Iguaçu com o Rio Paraná.

O passeio dura cerca de duas horas. Na primeira parte, tiramos várias fotos e apreciamos a vista das pontes e marcos turísticos. Às 18h, seguimos para o jantar e tivemos um pequeno estresse porque, bem na hora em que fomos nos servir, a comida havia acabado, mas logo fizeram a reposição e conseguimos jantar tranquilamente. A comida estava deliciosa, com direito a sobremesa. O jantar estava incluso no passeio e pagamos apenas pelas bebidas à parte. Na segunda hora contemplamos mais registramos.

A experiência foi incrível, com um pôr do sol maravilhoso e uma vista espetacular do rio e das pontes iluminadas. Voltamos para casa por volta das 19h30, descansamos um pouco, olhamos as fotos e fizemos algumas postagens nas mídias do blog.

Terminei o dia com uma dor de cabeça muito forte, pois tenho um desvio na coluna. O Airbnb onde estamos hospedados é muito bom, mas a cama em si é ruim e precisei tomar um Dorflex para acordar melhor na manhã seguinte.

Dia 5 – City Tour em Foz do Iguaçu

Neste dia, tivemos um City Tour pela cidade de Foz do Iguaçu. O passeio começou às 13h e durou até 20h30.

A primeira parada foi no Templo Budista. Como já visitei o templo budista em Três Coroas, no Rio Grande do Sul, não foi uma novidade para mim, mas achei o local muito bonito. Comprei alguns budas para levar para minha casa e também para contribuir com o templo. Ficamos cerca de 20 a 30 minutos no local, pois o dia estava extremamente quente.

Depois, seguimos para a Mesquita Árabe. Para entrar, as mulheres precisam vestir trajes apropriados, cobrindo os cabelos. A mesquita é considerada uma das maiores da América Latina, porém eu a achei pequena. Ela fica localizada no bairro Monjolo, que é um bairro árabe de Foz do Iguaçu.

Foz do Iguaçu é uma cidade dominada comercialmente por chineses e árabes. Os chineses controlam grande parte do comércio no Paraguai, incluindo os duty-frees e importados. Já os árabes dominam o setor comercial da cidade, como restaurantes, bares, hotéis e postos de gasolina.

Dentro da mesquita, assistimos a um vídeo de aproximadamente oito minutos sobre a origem do Islã, a história dos árabes e a importância da religião. Depois, tivemos um momento para tirar dúvidas, e perguntamos sobre diversos temas, como:

• A liberdade das mulheres no Islã.
• O que é proibido na religião.
• O motivo pelo qual todos os muçulmanos precisam visitar Meca.

Descobrimos que Meca abriga a primeira mesquita do mundo, o famoso cubo preto que vemos em várias imagens. Ele é protegido por um ancião de uma tribo específica. Esse ancião tem a posse da chave do local até sua morte, e depois passa a chave para outro membro da mesma tribo. Os muçulmanos que têm condições financeiras e saúde precisam fazer a peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida. E quando chegam lá, devem dar cinco voltas ao redor da mesquita. Além disso, aprendemos que os muçulmanos fazem cinco orações diárias, sempre voltados para Meca. As mulheres geralmente rezam em casa, pois dentro das mesquitas elas não podem ser tocadas por outros homens. Este é um dos motivos pelos quais usam roupas que cobrem o corpo e o cabelo, para evitar chamar a atenção.

Após a visita à mesquita, comprei uma xícara de lembrança e fomos até a Al Bayan Doceria. O lugar era maravilhoso, mas tivemos um pequeno problema. Pedi um café árabe para provar, mas eles esqueceram de preparar. Achei o local um pouco desorganizado, considerando o grande número de turistas que recebe. Acabei trocando o café por outros doces árabes, que estavam deliciosos.

Seguimos para a Yup Star, uma roda gigante de 88 metros de altura. O passeio foi incrível, pois conseguimos uma vista panorâmica das Três Fronteiras – Brasil, Argentina e Paraguai, além de ver o encontro do Rio Iguaçu com o Rio Paraná lá do alto. Comprei um souvenir na saída.

Em seguida, fomos ao Marco das Três Fronteiras (Brasil), que tem uma estrutura enorme e muito organizada, especialmente, quando comparada ao Marco da Argentina (que visitamos depois). No Marco do Brasil, assistimos a um show temático às 18h30, que conta a história e cultura dos três países da tríplice fronteira. O espetáculo começa com a cultura paraguaia, depois passa pela argentina e finaliza com a brasileira. O show começa com o pôr do sol e segue até o início da noite. Foi uma experiência incrível. O local estava lotado, então quem quiser pegar um bom lugar para assistir precisa chegar cedo.

Chegamos em casa por volta das 22h, pois o evento terminou às 21h e ainda levamos um tempo para pegar o ônibus de volta.

No próximo post, vamos ver como foram os passeios pelas Cataratas do Iguaçu do lado Argentino, o passeio na Usina de Itaipu, o City Tour Argentino e muito mais.

Por Juliana Paul Mostardeiro

Juliana Paul Mostardeiro é a fundadora do Aqui é Assim, esse blog que junta a paixão por viajar com a vontade de aproximar as pessoas deste fantástico mundo que é o de colocar uma mochila nas costas e sair por aí. Atualmente mora em Florianópolis onde trabalha também como Gerente de Customer Success na RD Station. 

Desenvolveu o projeto Jornalismo Cidadão: o voluntariado no aprendizado com à AIDS com pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria nos anos de 2007 e 2008 e foi gerente das Lojas Riachuelo de 2010 à 2013, ingressando na empresa através do Programa de Trainees. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria, especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera e, atualmente, está cursando MBA em Liderança Exponencial pelo BBI Of Chicago. Para saber mais, clique aqui.