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O aluguel na Malásia (A FRUSTRAÇÃO)

Aqui o aluguel na Malásia é assim: achar um bom apartamento não é tarefa fácil.

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Acredito que arrumar um bom lugar para ficar é fundamental quando chegamos em um novo país. Por isso vou dividir a minha experiência e dar algumas dicas para quem pretende passar uma temporada na Malásia, pois no meu caso essa foi com certeza uma grande frustração: chegar no destino final, depois de 2 dias de viagem, 4 dias hospedada na casa de uma Aieseca em Kuala Lumpur, e precisar de mais três semanas para achar o apartamento onde moro atualmente em Cyberjaya.

Na minha opinião acomodar-se de forma bacana é a primeira coisa a se fazer para tornar a adaptação em um outro país mais fácil.

Mas, vamos lá. Começando pela minha cidade: Cyberjaya. Chamada de a cidade inteligente, faz parte do Multimedia Super Corridor e fica a 30 minutos da capital Kuala Lumpur. Foi inspirada no Valei do Silício nos EUA e projetada para abrigar empresas de tecnologia como T-systems, Dell, HP, DHL, Satyam, Wipro, HSBC, Ericsson, Motorola, OCBC, BMW, IBM, Shell IT, Monster.com, entre outras.

Cyberjaya também é um pólo educacional com uma universidade internacional chamada Multimedia University ou MMU, a Cyberjaya University College of Medical Sciences e a Univerdade da Malásia, além de várias escolas. E justamente por ser uma cidade internacional, com muita gente de fora, muitas empresas estrangeiras e universidades, que é tão difícil encontrar um bom lugar para morar. Um bom lugar que caiba no seu salário é claro.

A empresa havia pesquisado três quartos na tentativa de me ajudar antes de chegar ao país, mas, ou o ambiente era muito pequeno a ponto de não entrarem as minhas malas, ou muito caro para o salário que recebo aqui. Por isso optei por procurar pelo meu canto by myself, pois cada um sabe das suas necessidades; mas com a ajuda da AIESEC, é claro, pois algumas pessoas aqui só falam Malay.

E por onde começar? Esta deve ser a pergunta que você está se fazendo neste exato momento? Por onde você começou Juliana? Bom, quando cheguei aqui na Malásia, nem eu e nem a AIESEC sabíamos muito bem como funcionava para alugar um apartamento e dividir um quarto na cidade onde moro. Então, na segunda-feira de manhã, dia 14 de outubro, fomos a Cyberjaya começar a busca pelo meu canto.

Como? Primeiro checamos os quartos que a empresa indicou, depois fomos nos condomínios próximos ao trabalho, supermercados e paradas de ônibus, e perguntamos se havia algum contato de quartos para alugar. Conseguimos uns cinco, mas esta não é e melhor maneira de buscar apartamento em Cyberjaya.

Aqui entra a dica de ouro, que facilita muito a procura por um lugar na Malásia. Existem dois bons sites onde você pode consultar apartamentos e quartos para alugar: http://www.ibilik.my e http://letaroom.com. Recomendo, pois usei muito ambos, tanto para pesquisa, pegar telefone de contato, enviar mensagens; quanto para pedir fotos, agendar visitas, etc. Foi o que me ajudou a encontrar o meu canto, o que vocês podem conferir se continuarem a leitura.

Quer alugar um quarto na Malásia? Comece aqui no http://letaroom.com
Quer alugar um quarto na Malásia? Comece aqui no http://letaroom.com

Posso dizer que os dois primeiros dias de procura por quartos em Cyberjaya foram exaustivos, mais de 20 apartamentos conferidos e nada, nada bom para alugar. Alguns lugares eram inabitáveis, outros muito caros, outros ruins e disponíveis somente no início do mês de novembro; e era claro, que eu queria o apartamento para ontem.

Bom, eis que na quarta-feira iniciei na empresa sem ter ainda lugar para ficar. Solicitei então o turno da manhã para verificar um ou outro apartamento que não havia dado tempo na terça, e eis que achei finalmente dois bons quartos para alugar: um a little bit expensive e bem longe do centro; outro bem dentro do que poderia pagar mensalmente, com transporte gratuito, distante do centro e disponível somente para o início de novembro. Mas, sem ter muito mais opção na cidade (pensava eu), aceitei a condição do segundo, peguei o contato do meu futuro flatmate e fui para a empresa descobrir onde ficaria pelas próximas duas semanas.

Na empresa explicando a situação: bla, bla, bla, bla, bla, bla e … 15 minutos depois meu chefe, muito atencioso, ofereceu a casa ao lado da casa da família dele para que eu ficasse até o apartamento ser liberado, ou quem sabe, para buscar outros apartamentos mais próximos do escritório.

Pensa que acabou, claro que não.

Conhecendo meus colegas de trabalho, trocando ideia aqui e ideia ali, percebi que aquele apartamento bom, bem dentro do que poderia pagar mensalmente, com transporte gratuito, distante do centro e disponível somente para o início de novembro, já não era mais tão bom assim. Bom mesmo era conseguir algo em Domain, a 15 minutos do escritório e com opção de restaurantes, supermercados e lojas locais ao lado do condomínio.

Let’s go então buscar apartamentos para dividir em Domain, mas sem descartar aquele apartamento bom encontrado. Lembra dos sites que falei http://www.ibilik.my e http://letaroom.com? Pois bem, foi através deles que achei aqueles dois bons apartamentos que citei anteriormente e um dos dois a seguir.

Depois que descobri os sites passei a utilizá-los com muita frequência na busca de quartos (apartamento para dividir). Olhava diariamente e se achava algum bom mandava mensagem para o celular ou WhatsApp do locador, conferia se as informações do site batiam, solicitava fotos, fazia perguntas extras e agendava visita para me certificar de que o lugar da foto era mesmo lugar onde iria dormir.

O perrengue. O 3º quarto. A desistência

Enfim, uma semana depois de pesquisas achei um bom quarto em Domain 1, porque existem 3 e mais dois estão em construção. Mas este foi através de um grupo do Facebook que meu colega me adicionou e onde você posta de tudo sobre a cidade, desde eventos, quartos para lugar ou coisas para vender.

Entrei em contato com a menina, verifiquei o apartamento e por mim tudo ok, fechei o Ap. Finalmente um lugar para ficar, pensei eu. Mas algo me incomodava, não sabia bem o que era. A menina estava se mudando no final de outubro e as outras 3 que dividiam o mesmo apartamento, por sinal todas da mesma família, no final de novembro. Para mim algo não batia. Sou muito intuitiva. Estava eu alugando o quarto ou o apartamento inteiro? Decidi então falar com o proprietário para me certificar, e a essas alturas meu chefe já se meteu no meio, a família dele também, e virou um não sei mais para onde eu vou.

Porque aqui funciona assim: para alugar um apartamento você precisa pagar dois aluguéis de caução, mais metade do valor com despesas como energia e água, além do aluguel do mês. Se você não quebrar o contrato e durante o período acertado o apartamento estiver nas mesmas condições de quando você o alugou, você recebe o valor de volta.

A questão é que eu teria de pagar este valor para a menina do apartamento, pois como a mesma estava quebrando contrato, e em tese não teria o direito de receber o valor da caução, seria uma forma de resgatar o dinheiro que a mesma pagou quando alugou o imóvel. Mas este não era o problema em si, pois isto é muito comum em Cyberjaya devido à alta rotatividade de estudantes. A questão é que segundo o proprietário do imóvel, ele não alugava quartos e sim o apartamento como um todo, ou seja, quando as outras 3 meninas fossem embora a responsabilidade pelo aluguel seria toda minha, se elas não encontrassem ninguém para dividir o apartamento comigo, e ainda corria o risco de ter de pagar a caução de novo. No entanto, a conversa com a menina era bem diferente. Ela me assegurava que a responsabilidade pelos outros quartos era das outras locatárias e não minha.

Enfim, cheguei a pegar a chave, mas desisti. A menina desesperada quando soube que eu não iria mais ficar com o quarto, chorava e implorava para que eu não desistisse. A essas alturas nem caução eu precisava mais pagar. Mas de fato, estava muito em cima e era isto o que estava me incomodando. Não me sentia segura com tanta informação contraditória como por exemplo: elas estariam voltando para o seu país de origem, mas depois descobri que cada uma decidiu buscar seu canto após uma briga familiar; que o apartamento estava no nome da irmã, que depois virou prima; que o dono do imóvel nunca atendia celular, mas me atendeu sempre…enfim…não deu.

Neste dia, voltei novamente frustrada de novo para a casa do lado da família do meu chefe para ficar sei lá mais quantas semanas. A casa é muito boa por sinal, tirando o banho frio, a internet ruim, a impossibilidade de cozinhar e o fato de ficar isolada do mundo; o que considero pouco perto do sufoco de alugar um quarto em Cyberjaya.

E a noite, mas uma vez estava eu lá debruçada nos sites na tentativa de achar um bom lugar e não é que finalmente achei uma luz no final do túnel. Na mesma hora já enviei mensagem para meu atual flatmate, mais e-mail, solicitei fotos e agendei visita. No dia seguinte conheci minha atual casa, junto com meu chefe é claro, e bati o martelo, com o detalhe de só poder me mudar no final de novembro. Pensei, paciência, o lugar é bom. O processo foi o mesmo: dois aluguéis de caução, mais metade do valor com despesas como energia e água, além do aluguel do mês. A diferença é que meu flatmate mora aqui a trabalho e não vai deixar o país tão cedo.

A parte boa dessa história. Os anjos conspiraram e as antigas moradoras decidiram deixar o apartamento antes. Desde o dia 5 de novembro comecei outra parte do meu livro no país.

Agora sim, malas finalmente desfeitas. Meu canto, minha casa!

Obs: o aluguel de um quarto bom em Cyberjaya varia de 800 a 1000RM, moeda local.

Por Juliana Paul Mostardeiro

Juliana Paul Mostardeiro é a fundadora do Aqui é Assim, esse website que junta a paixão por viajar com a vontade de aproximar as pessoas deste fantástico mundo que é o de colocar uma mochila nas costas e sair por aí. Atualmente mora em Florianópolis onde trabalha também como Customer Success Manager na Resultados Digitais. Desenvolveu o projeto Jornalismo Cidadão: o voluntariado no aprendizado com à AIDS com pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria nos anos de 2007 e 2008 e foi gerente das Lojas Riachuelo de 2010 à 2013, ingressando na empresa através do Programa de Trainees. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria e especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera

Sobre Ju Mostardeiro

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7 Comentários

    • Olá Thawã.

      Um real equivale a mais ou menos 0,79 centavos(Ringgit) aqui, mas como compramos dólares para vir para a Malásia 1 Ringgit equivale a 3,15 dólares americanos, depende da cotação do dia.
      O salário aqui não pode ser inferior a 2.500 Ringgits, mas isso vou explicar em outro post. Espero ter ajudado.

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